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Grécia pode pedir ao FMI para deixar o país mais cedo do que o previsto

Atenas considera que as taxas de juro nos mercados são mais aceitáveis do que as taxas cobradas pelo FMI e poderá optar não usar mais dinheiro do Fundo - 16,5 mil milhões no total - que tem saída prevista para 2016.

Grécia - Gregos mantêm posição de força contra medidas impostas pela troika
Reuters
18 de Setembro de 2014 às 12:25
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A Grécia pode vir a pedir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para abandonar o país mais cedo do que o previsto.

 

A instituição de Christine Lagarde tem a partida agendada para o primeiro trimestre de 2016, mas Atenas pode vir a apressar a saída, conforme sugeriu o ministro das Finanças helénico em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt.

 

Gikas Hardouvelis rejeitou a necessidade de um terceiro resgate para a Grécia e afirmou que "entretanto podemos refinanciar-nos nos mercados a níveis aceitáveis, a taxas de juro mais baixas do que o FMI está a cobrar", disse, de acordo com o diário grego Kathimerini.

 

Em cima da mesa está a possibilidade de Atenas não usar os 16 mil milhões de euros que o FMI ainda tem reservados no cofre. Do pacote total de 173 mil milhões de euros do segundo resgate à Grécia em 2012, o Fundo entrou com 28 mil milhões, tendo emprestado até ao momento 11,5 mil milhões.

 

A vontade da Grécia de querer romper laços com o Fundo surge poucos dias antes da visita de Angela Merkel ao país, e no mesmo dia em que o director do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) revelou que Atenas não precisa de usar o restante dinheiro do empréstimo.

 

"A Grécia pode sempre dizer que não querem mais dinheiro do FMI porque ninguém é obrigado a aceitar o dinheiro", disse Klaus Regling segundo a Bloomberg.

 

"Se a Grécia se pode dar ao luxo de desistir desse empréstimo, não o sei dizer de momento. Vai depender da próxima avaliação da troika", sublinhou.

 

A troika vai regressar a Atenas no final de Setembro e poderá ser aqui que o Governo de Antonis Samaras poderá propor o fim da relação com o FMI que teve início com o resgate em 2010.

 

A Grécia paga actualmente uma taxa de juro que varia entre os 4% a 4,5% ao FMI e se as taxas de referência aumentarem, então o serviço de dívida também vai subir para o país.

 

Os últimos leilões de dívida da curto prazo deram boas indicações. A dívida a cinco anos foi colocada em Abril a 4,75%; a emissão a três anos em Julho foi vendida a 3,5% de taxa de juro. Já no mercado secundário estas taxas caíram, descendo para os 4,27% a cinco anos e 3,37% a três anos. Para este ano já estão planeadas novas emissões a 18 meses e a sete anos. 

 

Na entrevista, o ministro grego também sinalizou que a Grécia vai regressar ao crescimento no terceiro trimestre deste ano. Já a agência de rating Standard & Poor's espera um regresso ao crescimento no próximo ano, enquanto que Bruxelas prevê um crescimento do PIB de 0,6% este ano e de 2,9% em 2015.

 

Irlanda deu o primeiro passo

 

O passo em frente da Grécia surge depois da Irlanda avançar com o pedido para reembolsar antecipadamente o empréstimo do FMI - com Dublin a obter luz verde por parte de Washington e a aguardar pela autorização dos parceiros europeus.


O Governo português também já revelou estar atento à evolução do processo irlandês, com Passos Coelho a admitir que o reembolso é "um bom princípio" para Portugal.

 

Contudo, o primeiro-ministro sinalizou que ainda é cedo, sendo necessário aguardar pelos próximos meses para que "Portugal possa ter melhores perspectivas nas maturidades a dez anos", e, aí sim, fará sentido avançar para o reembolso.

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