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Governo espanhol responde ao FMI que não vai subir impostos
Após a apresentação do relatório final do FMI a Espanha, no qual a instituição deixava algumas recomendações ao país entre elas a subida de impostos, o Governo espanhol deixou claro que “não tem porque seguir à risca” os conselhos da instituição.
O Governo espanhol não planeia fazer qualquer modificação nos impostos indirectos, incluindo a reclassificação do IVA aplicado a alguns produtos, apesar das recentes recomendações por parte do Fundo Monetário Internacional, assegura o ministro da Economia e Competitividade, Luís de Guindos, noticia o "El País" esta quarta-feira, 28 de Maio.
"O Governo não vai alterar nenhum tipo de imposto indirecto que não seja proveniente de modificações nas normativas comunitárias", afirmou o ministro da Economia espanhol numa entrevista a uma rádio espanhola, na qual sublinhou que o Governo conta com a própria agenda de medidas à margem do que possam recomendar instituições como o FMI.
O FMI apresentou na terça-feira, 27 de Maio, o relatório final da sua missão em Espanha no qual sublinha a "recuperação" conseguida no país, mas alerta para a necessidade da continuação dos sacrifícios, em nome de uma recuperação de longa duração. Entre estas recomendações da instituição comunitária está a subida do IVA nos produtos abrangidos pela taxa mais reduzida e de impostos indirectos em produtos como o vinho.
"O Governo não tem porque seguir à risca o que diz o FMI, tem o seu próprio esquema de reformas e vai continuar com elas", indicou o membro do Executivo espanhol.
O ministro assinalou que a reforma fiscal, que será apresentada este Verão e vai entrar em vigor em Janeiro de 2015, encaixa "perfeitamente" num contexto de redução de défice e que não vai ser compensada com subidas de outros impostos.
A medida reflecte-se na suavização das retenções de IRS nos salários que devem representar uma perda nas receitas do Estado na ordem dos 2.500 milhões e os 2.600 milhões de euros em 2015 e em 2016. "O objectivo fundamental do Governo é um imposto mais suave para os cidadãos, que implique menores retenções nos rendimentos a partir de Janeiro", explicou.