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Governo espanhol sugere aumentos salariais no privado

Luis de Guindos sustenta que "as circunstâncias já não são as de uma economia à beira do colapso". O banco central reviu em alta as previsões de crescimento para 2017, apesar da forte quebra no investimento das empresas.

Bloomberg
03 de Abril de 2017 às 13:12
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O ministro da Economia de Espanha considera que a moderação salarial dos últimos anos aconteceu em "circunstâncias completamente distintas" das actuais e, depois de o Governo anunciar um aumento de 1% para os 3,5 milhões de funcionários públicos em 2017, avisa que a evolução salarial no sector privado "não deve ser a de uma economia à beira do colapso".

 

Em entrevista ao El País, Luis de Guindos sustenta que a progressão remuneratória não pode ser uniforme em todos os sectores e que os empresários é que sabem o que podem oferecer de acordo com o andamento dos seus negócios. Ainda assim, insiste que "as circunstâncias já não são as de uma economia à beira do colapso e com uma taxa de desemprego de 27%", como durante a crise.

 

Segundo as previsões do Executivo liderado por Mariano Rajoy, a taxa de desemprego vai ficar abaixo dos 17% no final deste ano. Também esta segunda-feira, 3 de Abril, o banco central aumentou em três décimas as previsões de crescimento para este ano. A revisão em alta conduz a uma nova estimativa de subida do PIB em 2,8%, apesar da quebra prevista de 3,1% no investimento das empresas na sequência da subida do IRC no final do ano passado.

 

Para o homem que está na linha da frente para substituir o holandês Jeroen Dijsselbloem na liderança do Eurogrupo, Espanha tem "um modelo sustentável" depois da quebra de dez pontos do PIB do sector da construção ter sido "substituída totalmente" pelo aumento das exportações de bens e serviços. E acredita que isso terá influência na redução da precariedade, argumentando que "uma economia mais baseada nas exportações dará a lugar a uma menor volatilidade no emprego do que a havia com a bolha imobiliária".

 

As contas de Luis de Guindos apontam para um défice de 3,1% no final deste ano e o responsável por elas deixa o aviso: enquanto o desequilíbrio orçamental não for reduzido para um nível "claramente abaixo dos 3%", Espanha não vai baixar os impostos. Já no que toca ao crescimento económico, é mais optimista que o banco central e acredita que "não é impensável" superar em 2017 o registo de 3,2% alcançado no ano passado e que surpreendeu os analistas.

 

E se não fosse a prolongada crise política, que só se resolveu no final de Outubro com a entrada em funções do governo minoritário de Rajoy, o liberal que manteve a tutela da Economia afiança que o país "podia perfeitamente" ter crescido mais três a cinco décimas e "inclusive ficar acima de 3,5%". "Sem dúvida que [a incerteza política] retraiu o investimento e afectou as expectativas e a evolução da procura de crédito", sintetiza.

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