Notícia
FMI mais pessimista com Alemanha, mas mais otimista com Espanha
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a previsão de crescimento económico na Alemanha, mas reviu em alta em Espanha. A previsão da Zona Euro de 2019 fica inalterada.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a previsão de crescimento do PIB da Zona Euro nos 1,3% este ano, em termos homólogos, mas melhorou a previsão para 1,6% em 2020. As previsões constam da atualização do World Economic Outlook divulgada esta terça-feira, 23 de julho.
A média da Zona Euro é influenciada principalmente pela Alemanha, a maior economia entre as que partilham o euro. O FMI vê a economia alemã a crescer menos em 2019 (0,7%) do que previa em abril, o que é justificado pela menor procura externa e investimento. Ainda ontem o Bundesbank antecipava que a economia alemã deverá ter contraído ligeiramente no segundo trimestre.
Já Espanha surpreende pela positiva logo em 2019 e compensa a travagem maior na Alemanha nesse ano. Ainda sem Governo em plenas funções, a economia espanhola deverá crescer 2,3%, mais duas décimas do que se previa anteriormente. Esta revisão "reflete o forte investimento e a fraqueza das importações no arranque ano", explica o FMI.
Em França, as previsões mantiveram-se inalteradas em 1,3% em 2019 e 1,4% em 2020 com o Fundo a prever que as medidas orçamentais compensem os efeitos negativos das manifestações e paralisações dos "coletes amarelos".
No caso de Itália, a "incerteza orçamental" continuará a pesar no crescimento, principalmente no investimento e na procura interna. A previsão de crescimento é de apenas 0,1% em 2019 e de 0,8% em 2020. Para já, o país está fora de perigo no que toca às regras europeias e potenciais multas.
A atualização de julho do World Economic Outlook não tem previsão para Portugal. No exame anual à economia portuguesa divulgado há duas semanas, ao abrigo do Artigo IV, o Fundo manteve a previsão de 1,7% em 2019, antecipando uma travagem gradualmente até ao crescimento potencial de 1,4%.
Na análise à economia mundial, o FMI considera que os "riscos descendentes" aumentaram desde abril por causa dos fatores negativos que se intensificaram, tais como o conflito comercial, as tensões tecnológicas, a possibilidade de exposição de vulnerabilidades financeiras acumuladas ao longo de anos de juros baixos, as tensões geopolíticas e as pressões deflacionistas.
O Fundo revê assim em baixa o crescimento do PIB mundial em uma décima tanto em 2019 como em 2020 para 3,2% e 3,5%, respetivamente.