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Di Maio ameaça demitir o ministro das Finanças
Depois de o ministro das Finanças italiano ter dito na semana passada que "está farto e cansado", agora foi a vez de o vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, ameaçar despedir Giovanni Tria. Aumenta, assim, a incerteza em torno do futuro do ministro no governo de Itália.
O ministro das Finanças italiano pode estar de saída. Depois de Giovanni Tria ter ameaçado abandonar o cargo na semana passada, devido à constante pressão no governo, agora foi o vice-primeiro-ministro que ameaçou despedir o responsável por não ter sido aprovada uma proposta orçamental.
De acordo com o jornal La Stampa, o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas - o partido que formou o governo em coligação com a Liga de Matteo Salvini – afirmou que os ministros não foram capazes de aprovar a sua proposta para disponibilizar um rendimento mínimo para os pobres.
"Se isto continuar assim, Tria pode ir para casa", disse Luigi Di Maio, citado pelo jornal italiano. Tria tem sido uma das vozes mais próximas de Bruxelas dentro do Governo, o que tem contrastado com as declarações dos líderes dos dois partidos que compõem a coligação.
Esta é já a segunda semana de especulação em torno do futuro do ministro das Finanças no governo de Itália. Na semana passada, citado pelo La Stampa, Tria disse estar "farto e cansado".
"Se eu sou o problema, digam-me, e assumimos as consequências", terá dito o ministro das Finanças num telefonema com o primeiro-ministro, Giuseppe Conte. Outro jornal, o La Repubblica, avançou que Tria disse a Conte que "está preparado para sair imediatamente".
Além da proposta para um rendimento básico, há ainda outro tema quente em cima da mesa: se o défice orçamental vai cumprir, ou não, as regras europeias e ficar abaixo dos 3% no próximo ano.
Na segunda-feira, o ministro das Finanças da Itália aceitou uma derrapagem nas contas públicas que eleve o défice orçamental acima dos 0,8% do PIB acordados para 2019 pelo seu antecessor, Pier Carlo Padoan, com Bruxelas.
Contudo, Tria definiu um tecto máximo de 1,6% para o défice no próximo ano, o que limita a derrapagem a um máximo de 0,8 pontos percentuais.