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União Europeia precisa de mais tempo para chegar a acordo com Turquia

Não há acordo, mas há entendimento. A rota dos Balcãs vai fechar. E a União Europeia está disposta a negociar com a Turquia, que pediu mais dinheiro, salientando que não é para seu uso, mas para os refugiados.

Bloomberg
Negócios 08 de Março de 2016 às 00:57
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As propostas "ambiciosas" da Turquia para um acordo com a União Europeia sobre os refugiados não chegaram a acordo formal na cimeira entre as duas regiões, que decorreu esta segunda-feira, 7 de Março, em Bruxelas. No entanto, o presidente do Conselho Europeu continuará à mesa das negociações com a Turquia. E na conferência de imprensa, no final da ruenião, salientou: "os dias da migração ilegal na Europa chegaram ao fim", salientando que o primeiro-ministro turco confirmou que a Turquia vai voltar a receber os migrantes resgatados nas águas turcas. 

Mas Donald Tusk salientou, no entanto, que a rota dos Balcãs "chegou ao fim", e a Grécia terá ajuda humanitária. " A Grécia não vai ser deixada sozinha", declarou na conferência de imprensa.

Donald Tusk irá trabalhar no acordo para que seja analisado pelos 28 na próxima reunião do Conselho Europeu, nos dias 17 e 18. No dia 18, o governo turco voltará a sentar-se com os membros da União Europeia.

Foi através do primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, que se soube, através de uma mensagem no Twitter, que a reunião entre a UE e a Turquia tinha terminado. "O presidente do Conselho Europeu recebeu as propostas e trabalhará sobre os detalhes com a parte turca antes do Conselho Europeu de Março".


A reunião UE-Turquia demorou cerca de 15 horas. 

A Turquia exigiu a antecipação da liberalização dos vistos, a abertura de cinco novos capítulos nas negociações da adesão da Turquia à UE - nomeadamente nas áreas da energia e assuntos internos - e exigiu mais três mil milhões de euros em 2018 - "nem um euro será gasto na Turquia, será gasto nos refugiados sírios. A Turquia não precisa de dinheiro. É para acorrer aos refugiados", declarou o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu na conferência de imprensa - e um compromisso dos 28 para que recebam um refugiado por cada migrante económico que seja devolvido à Turquia.

O primeiro-ministro turco realçou, na conferência de imprensa, com veemência, que o dinheiro requerido não é para a Turquia, e é para ser gasto nos próximos dias. E é por isso que a UE se comprometeu a acelerar o fundo de emergência à Turquia.

No caso dos vistos, a liberalização, segundo os chefes de Governo na reunião, poderá acontecer em Junho, mas, conforme salientou François Hollande, sob 72 condições.

Angela Merkel, à saída da reunião, segundo a Reuters, disse no entanto que não é o momento para se discutir a entrada da Turquia na União Europeia. O assunto "não esteve na agenda hoje", declarou, citada pela Reuters, salientando que a cooperação estratégica com Ancara é um interesse geopolítico vital para a Europa. A chanceler alemão salientou, por outro lado, que houve conversas, com a União Europeia a expressar preocupações, pela tomada de controlo por parte do governo turco do jornal Zaman, que levou a algumas manifestações durante o fim-de-semana. Também Donald Tusk salientou que "não podemos ficar indiferentes às preocupações levantadas neste contexto. Liberdade de expressão é um direito fundamental", declarou.


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