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Macedónia vai entregar um milhar de migrantes à Grécia

As autoridades macedónias já avisaram que vão devolver à Grécia os cerca de mil migrantes que contornaram as barreiras físicas colocadas na fronteira entre os dois países, entrando ilegalmente em território macedónio.

Reuters
14 de Março de 2016 às 20:03
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O exército e a polícia da Macedónia estão já a desenvolver as diligências necessárias para reenviar para a Grécia os cerca de mil migrantes que chegaram ao país depois de terem abandonado um campo de acolhimento na Grécia e, de seguida, contornado o posto o principal fronteiriço entre os dois países, em Idomeni.

 

"Estamos a adoptar medidas para devolver o grupo à Grécia", é a frase lacónica utilizada por um porta-voz da polícia da Macedónia, citado pela agência Reuters.

 

Esta segunda-feira, 14 de Março, mais de um milhar de requerentes de asilo que se encontrava num campo de acolhimento de refugiados no norte da Grécia ignorou o encerramento, decretado pela Macedónia, da fronteira com a Grécia e entrou ilegalmente naquele país. No entanto, o exército da Macedónia interrompeu o percurso daqueles migrantes.

 

Estes migrantes e refugiados haviam abandonado um campo de acolhimento cuja capacidade foi há já cerca de duas semanas largamente ultrapassada. Segundo o Guardian, cerca de 500 migrantes tentaram depois seguir o caminho trilhado pelo primeiro grupo. Sem sucesso aparente. As autoridades adiantaram ainda terem encontrado dois homens e uma mulher, mortos por afogamento, no rio Suva, utilizado pelos migrantes para contornar o principal ponto de passagem entre os dois países.

 

Nesta altura serão cerca de 12 mil os migrantes "presos" em Idomeni, num campo de acolhimento preparado pelas autoridades helénicas e cuja capacidade é de apenas cerca de 2 mil pessoas.

 

A Grécia, um país penalizado pela posição geográfica desfavorável e bastante vulnerável à chegada, por via marítima, da vaga migratória proveniente do Médio Oriente e de África, ficou clara e progressivamente penalizado à medida que vários Estados dos Balcãs e da Europa Central – nomeadamente o grupo de Visegrado – foram adoptando medidas de restrições à circulação e de encerramento fronteiriço.

 

Tudo ficou pior depois de também a Macedónia, na sequência de um encontro entre 10 países dos Balcãs promovido pela Áustria – e para o qual Atenas não foi convidada – ter limitado, primeiro, e encerrado, depois, a entrada de novos migrantes, que assim ficaram impedidos de rumar a norte para países como a Alemanha os Estados escandinavos. 

A União Europeia (UE), que há duas semanas já demonstrou preocupação com o elevar da tensão entre a Grécia e a Macedónia, vai reunir-se na próxima quinta e sexta-feira com as autoridades turcas. Na agenda está a definição mais concreta das medidas acordada na última cimeira europeia, em que Bruxelas e Ancara acordaram que por cada migrante sírio ilegal que esteja nas ilhas gregas, e que seja readmitido na Turquia, outro requerente de asilo sírio sírio ainda em solo turco será distribuído pelos Estados-membros da UE.

Foi esta a forma encontrada para concretizar o encerramento da Rota dos Balcãs, objectivo que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, dá já como atingido. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, defende que o encerramento da Rota dos Balcãs não é a solução para as crises migratória e dos refugiados. 

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