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Catalunha: Polícia recebe instruções para selar locais de voto
A Procuradoria-geral da Catalunha deu instruções à polícia regional da região para selar antes de sábado as escolas designadas como assembleias de voto do referendo de domingo considerado ilegal por Madrid e impedir que se vote num raio de 100 metros.
Num requerimento enviado hoje ao chefe do Mossos d'Esquadra, citado pela agência espanhola EFE, é pedido para à polícia regional que garanta que não se possa aceder aos locais nas escolas onde se prevê a colocação de urnas e que se evite a constituição de mesas eleitorais mediante um "amplo dispositivo" policial.
No mesmo documento é referido que a polícia deve também impedir que se vote nas ruas em redor dessas escolas num raio de 100 metros.
Estas instruções colocam ainda mais pressão sobre os Mossos d'Esquadra, que estão a ser "coordenados" desde sábado por um oficial da polícia vindo de Madrid, contra a vontade do Governo catalão, que criticou a medida.
A acção dos Mossos d'Esquadra, Polícia Nacional, Guardia Civil e Guardia Urbana de Barcelona está a ser dirigida por um oficial, nomeado no sábado pela Procuradoria-geral da Catalunha, com o objectivo de impedir o referendo de 1 de Outubro.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início do corrente mês, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para 1 de Outubro.
Apesar das decisões dos tribunais e da pressão de Madrid, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, mantém que o referendo de autodeterminação se irá realizar.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde Setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis.