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Vieira da Silva admite taxa de desemprego melhor do que a meta
O ministro do Trabalho admitiu que a taxa de desemprego em 2018 poderá ficar abaixo dos 8,6% previstos no Orçamento do Estado, embora o ritmo de descida face ao que se verificou até agora possa ser mais baixo.
A taxa de desemprego poderá cair para menos do que 8,6% em 2018, admitiu esta terça-feira, 6 de Março, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva. Em entrevista à Reuters, o governante notou que a criação de emprego está mais forte face ao que o Executivo antevia e que o crescimento da economia até pode surpreender pela positiva.
"Admito que as metas que o Governo fixou possam ser hoje consideradas algo conservadoras no que toca ao crescimento do emprego e à taxa de desemprego", disse Vieira da Silva. Confrontado directamente com a possibilidade de a taxa de desemprego deste ano ficar abaixo do previsto no Orçamento, o ministro respondeu: "É provável que sim."
O governante adiantou que há uma parte dessa melhoria do mercado de trabalho que será fruto do turismo, "mas não só", argumentou. "Se olharmos para o norte e litoral do país, há dinâmica industrial. E há as áreas de inovação. Mesmo nos sectores ditos tradicionais, como o calçado ou os têxteis, o potencial de inovação é muito grande", defendeu.
Vieira da Silva notou que entre 2016 e 2017 o emprego líquido cresceu "próximo dos 290 mil postos de trabalho", um aumento "muito forte, muito sólido". Mais: o crescimento de 3,4% do emprego "não acontecia no nosso país há muitos anos e não é vulgar", frisou.
O ministro argumentou que o comportamento do mercado de trabalho criaria até um "potencial de aumento da taxa de desemprego", na medida em que "há segmentos que estavam fora do mercado de trabalho que regressaram ou entraram pela primeira vez". Contudo, "como a dinâmica de criação de emprego é muito forte, a taxa de desemprego vai baixando", concluiu.
"Há uma expectativa positiva, não digo com estes ritmos, mas a expectativa é a de que a taxa de desemprego continue a diminuir, porque as pessoas encontram alternativas, oportunidades", somou.
Quanto à possibilidade de também o crescimento do PIB surpreender pela positiva, Vieira da Silva recordou as palavras de Mário Centeno, ministro das Finanças, sobre as perspectivas para este ano: "Sim, embora não acompanhe com tanta proximidade esses dados, não seria surpreendente que o crescimento económico fosse superior àquele que está previsto. O próprio Ministro das Finanças já o reconheceu."