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Empresas reduzem salários no topo e na base

Em média, os 112,7 mil salários pagos pelas empresas inquiridas pela Mercer praticamente estagnaram (0,08%). Estudo revela reduções no topo e na base e perdas reais de rendimento na maioria das categorias.

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As empresas começam a mostrar alguma disponibilidade para contratar, mas quase nenhuma para subir salários. Este ano houve uma redução nominal dos salários médios do topo e da base e uma quebra real na maioria das categorias, revelam os resultados de um estudo da Mercer que recolheu dados de 112,7 mil  trabalhadores de 307 empresas, a maioria das quais multinacionais.

A informação solicitada pelo Negócios sobre o estudo "Mercer Total Compensation Portugal 2015" mostra que, em termos médios e relativos a todas as categoriais, os salários praticamente estagnaram em termos nominais (0,08%), o que acontece pelo segundo ano consecutivo, que se segue a dois anos de reduções. Mais de um quinto (22%) das empresas congelou todos os salários este ano.

Os dados revelam que houve uma redução nominal no salário base médio no topo e na base. A quebra registou-se entre directores e administradores (-1,6%), bem como entre os operários (-1,38%) enquanto entre administrativos praticamente estagnou (-0,02%).

Tiago Borges, responsável pela área de estudos de mercado da Mercer Portugal, considera que se a redução média dos salários de topo por ser explicada pela elevada rotatividade destes trabalhadores, a quebra nas funções de base estará relacionada com "o facto de durante anos termos tido taxas de desemprego historicamente altas", o que faz com que estas pessoas, "aceitem valores salariais menores".

O salário mínimo nacional, que em Outubro subiu para 505 euros, não terá uma expressão significativa nesta amostra.

Os valores apontam para aumentos nominais dos que estão a meio da tabela: quadros superiores, comerciais, chefias intermédias e directores de primeira linha. No entanto, se considerarmos a inflação que o Banco de Portugal prevê para este ano (0,5%) quatro de sete categorias terão mesmo reduções reais dos salários.

A redução atacou todas as categorias em 2013, e em algumas em 2014. Os resultados deste ano "acabam por ser um pouco surpreendentes porque sabemos que a economia, apesar de não ter uma pujança extraordinária, está a recuperar e pensava-se que isto tivesse um reflexo mais imediato a nível dos salários", diz Tiago Borges.

O salário pago aos recém licenciados que pertencem aos 25% que menos recebem também caiu 5% face ao ano anterior, mas se considerarmos a média aumentou 1%.

A maioria das empresas (60%) dizem que vão manter o número de colaboradores, sendo maior o peso das que diz que vai aumentar (26%) do das que dizem que vão diminuir (14%). "Há uma recuperação do emprego, isso é uma evidência" mas "por outro lado vê-se que as empresas ainda estão muito cautelosas" com o aumento de custos fixos, conclui.



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