Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Que motoristas têm de fazer mais de oito horas? Governo remete para as empresas

O Governo defendeu esta quarta-feira que os motoristas envolvidos na requisição civil estão sujeitos a um regime que, no limite, pode levar a semana de trabalho às 60 horas. Mas há fases de picos e outras de redução de trabalho. Em qual estamos agora? Governo remete para as empresas.

Bruno Colaço/Cofina
  • 6
  • ...

opiniões para todos os gostos, mas o Governo, que convocou a requisição civil, defende que os motoristas podem ter de trabalhar até 60 horas por semana, desde que em média, em quatro meses, a semana não ultrapasse as 48 horas.

"O que chama oito horas [de trabalho] não são oito horas. Podem ser até 60 horas por semana com uma média de 48 horas ao longo de quatro meses", respondeu o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, em conferência de imprensa, esta terça-feira.

Em causa está um regime de adaptabilidade que, como explicaram ao Negócios vários advogados, pressupõe que a períodos que impliquem o aumento de horas de trabalho acima da referência se sigam outros períodos de redução – uma vez que só assim se consegue cumprir a média.

Nesse sentido, o professor da Faculdade de Direito Luís Gonçalves da Silva questionava esta terça-feira: "Como a convenção coletiva prevê um regime de adaptabilidade e a adaptabilidade concretiza-se em períodos de aumento e diminuição" do tempo de trabalho, "temos de saber em que regime é que estamos: se num período de aumento ou de diminuição".

Como se sabe então se, uma vez iniciada a requisição civil, cada motorista está num período de maior ou menor trabalho? "São as empresas que têm essa informação sobre os trabalhadores", respondeu esta quarta-feira ao Negócios fonte oficial do Ministério do Trabalho.

No domingo, na sequência de apelos ao reforço da fiscalização, o Sindicato dos Inspetores do Trabalho (SIT) enviou uma nota à agência Lusa na qual afirma que não há tem condições para fiscalizar devidamente o setor.

"Os recursos materiais disponibilizados e a formação profissional ministrada aos inspetores do trabalho em matéria de transportes rodoviários (e outras) é, de tal forma escassa, que não permite à ACT desenvolver o seu trabalho de forma eficaz, inviabilizando assim o ónus que se pretende transferir para os inspetores do trabalho no controlo acrescido das empresas de transporte de mercadorias", alegam os representantes dos inspetores.

Ver comentários
Saber mais greve requisição civil horário de trabalho motoristas de matérias perigosas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio