Notícia
Sindicato independente desconvoca greve. Pardal Henriques reitera que não desconvoca a greve
A greve nos motoristas entra no quarto dia. Acompanhe os desenvolvimentos ao minuto.
Antram apela a sindicato das matérias perigosas para também desconvocar greve
O porta-voz da Antram apelou hoje ao Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) que desconvoque a greve e volte às negociações, seguindo o exemplo do Sindicato Independente de Mercadorias (SIMM).
O advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários (Antram), André Matias de Almeida, falava no final de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa.
"Não há vencidos, há um vencedor que é o diálogo", disse o advogado, sublinhando que hoje "foi dado mais um passo histórico" com a assinatura de um documento que trará "melhorias muito grandes para o setor", nomeadamente aumentos salariais.
O SIMM, o outro sindicato que em conjunto com o SNMMP convocou a greve, anunciou hoje que terminou com a paralisação.
Pedro Nuno Santos: "Fazemos o apelo para que o SNMMP desconvoque a greve e se junte ao processo negocial"
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, apelou esta noite a que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas se junte à mesa das negociações. Mas para isso é preciso que desconvoquem a greve. Só falta este sindicato, salientou o ministro. "O tempo da greve terminou, é o tempo da negociação", sublinhou.
SIMM: "Chegámos à conclusão que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos"
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) anunciou que vai desconvocar a greve, depois de ter concluído "que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos", afirmou Anacleto Rodrigues.
"A greve vai ser desconvocada. Chegámos à conclusão que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos. Surtiu nalguma parte, porque hoje fala-se na profissão de motorista e naquilo que é a nossa vida", salientou Anacleto Rodrigues.
"Desconvocamos a greve numa base de irmos agora trabalhar no sentido de trabalhar naquilo que eram as nossas propostas", acrescentou.
Pardal Henriques: “Não vamos desconvocar a greve”. Sindicato critica postura do Governo
O sindicato dos motoristas de matérias perigosas critica a postura do Governo, que se tem desdobrado para bloquear a greve, e diz que a lei obriga o Executivo a nomear um mediador.
Pedro Pardal Henriques garante que não vão desconvocar a greve. "Não vamos desconvocar a greve. O pressuposto é este", sublinhou em declarações aos jornalistas depois de o Governo ter anunciado que o processo de mediação que estava a iniciar tinha caído por terra porque a manutenção da greve inviabilizava as negociações.
Sindicato Independente dos Motoristas reúne-se com Antram
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) está reunido esta noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários e de Mercadorias (Antram).
De fora continua o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que esta quinta-feira pediu a mediação do Governo para que as negociações com os respresentantes dos patrões fossem retomadas. Contudo, como não suspendeu a greve, a Antram deixou claro que não iria sentar-se à mesa das negociações. O que levou o Executivo a anunciar o fim do processo de mediação, mesmo antes de ter começado.
Governo: "Processo de mediação termina"
O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, anunciou que, depois de a Antram ter rejeitado que houvesse mediação, enquanto a greve se mantivesse, "é claro, talvez sem supresa tendo em conta as posições reiteradas nos últimos dias, que não é viável fazer um processo de mediação com seriedade e com possibilidade de êxito. Este processo de mediação termina no sentido em que não há viabilidade para que possa avançar", afirmou.
Ministério do Trabalho anuncia conferência de imprensa
"O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social convoca todos os órgãos de comunicação social para uma conferência de imprensa sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas, que terá lugar no Ministério do Trabalho, na Praça de Londres, hoje, pelas 20h15", revela o comunicado enviado às redações.
O Ministério acrescenta apenas que a conferência "será conduzida pelo secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita."
Antram rejeita voltar à mesa das negociações enquanto a greve se mantiver
A Antram disse hoje à Lusa que, se os sindicatos desconvocarem a greve, podem reunir-se já na sexta-feira, respondendo assim ao pedido de mediação que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas fez esta tarde ao Governo.
"Levantem a greve e reunimo-nos amanhã [sexta-feira]", lê-se no comunicado enviado à agência Lusa pelo advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), reiterando que "não é por responsabilidade da Antram que esta greve existe".
Familiares juntam-se a grevistas em Aveiras de Cima
Vários familiares juntaram-se hoje aos motoristas de matérias perigosas que compõem o piquete de greve à porta da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, distrito de Lisboa. Os cerca de 50 motoristas que se encontravam pelas 17:00 nas imediações da plataforma logística dizem que continuam firmes na luta e aguardam notícias da deslocação do presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), em Lisboa.
Muitos deles confessam-se cansados, depois de estarem no piquete de greve há vários dias, mas não desmotivados. Hoje as críticas foram para o acordo assinado entre na quarta-feira entre a Fectrans e Antram, dizendo que este teve como propósito tirar força à luta dos motoristas de matérias perigosas.
À semelhança do que aconteceu nos últimos dias, cada vez que passa um colega num camião-cisterna e que pertence aos serviços mínimos e apita a resposta que recebe é uma salva de palmas. Mas esta tarde o maior aplauso foi para um dos dois motoristas que na quarta-feira foram notificados em casa para ir trabalhar no âmbito da requisição civil.
Um dos elementos do piquete de greve contou à Lusa que esse colega esteve 20 horas em protesto e que quando se deslocou a casa para ir dormir algumas horas e comer foi abordado pela GNR para ir trabalhar 15 horas. "Ninguém arreda pé" e "nem um passo atrás" são as palavras de ordem que se ouvem de vez em quando, mas que se intensificam cada vez que há um direto numa televisão.
Governo vai nomear "de imediato" mediador para desbloquear impasse
O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, revelou que o Governo vai nomear, "de imediato", um mediador para entrar em contacto com a ANTRAM a fim de tornar possível juntar à mesma mesa de negociações patrões e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
O Executivo socialista corresponde assim ao pedido feito pelo sindicato liderado Francisco São Bento: "Não estamos a acionar nada que não tivesse sido pedido", notou Miguel Cabrita.
"O Governo acionará com toda a celeridade" este mecanismo previsto na lei. "Os prazos legais dizem que, nos próximos 10 dias, o Governo terá de nomear um mediador. O Governo falo-à de imediato para que amanhã a ANTRAM possa ser contactada", disse Miguel Cabrita.
O governante lembrou que este instrumento previsto no Código do Trabalho é "mais válido quando as partes estão predispostas a dialogar". Parece ser essa a situação depois de esta quinta-feira e ao quarto dia de greve, o SNMMP ter apontado um mediador para tentar fazer com que a ANTRAM aceite negociar. Recorde-se que a ANTRAM mantém a rejeição a participar em qualquer tipo de negociação enquanto a greve em curso não for desconvocada.
Miguel Cabrita recordou ainda que este mecanismo "foi posto à disposição das partes há mais de uma semana", porém nessa fase não se verificou haver vontade nesse sentido.
Questionado pelos jornalistas acerca do tempo que poderá ser necessário até superar o atual impasse, o secretário de Estado sublinhou que tal dependerá das partes, "em particular de quem convocou a greve".
Seja como for e apesar dos "incómodos e danos" causados pela greve, Miguel Cabrita realça a "situação do país que, felizmente, é de grande normalidade e tranqulidade". E rematou dizendo que o Governo está "preparado para garantir a normalidade enquanto a greve durar".
Sindicato pede mediação do Governo nas negociações com a Antram
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiu requerer a mediação do Governo nas negociações com a Antram, uma vez que esta tem recusado negociar diretamente com os motoristas enquanto a greve estiver a decorrer. A decisão foi tomada depois de os motoristas terem desafiado os representantes da Antram a reunirem-se com eles, esta tarde, nas instalações da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, um convite que foi recusado.
"Viemos hoje demonstrar total disponibilidade para reunir com a Antram, que não apareceu. Chegámos à conclusão de que o melhor caminho será recorrer à mediação do Governo. Cabe agora ao Governo colocar-se à mesa com a Antram e fazer a mediação connosco", explicou o presidente do sindicato do SNMMP, Francisco São Bento.
Antram e Fectrans dizem que acordo implica aumentos entre 160 e 266 euros
O acordo assinado entre a associação das empresas de transportes Antram e a federação dos sindicatos de transportes Fectrans representa aumentos mínimos de 140 euros para motoristas indiferenciados e 266 euros para motoristas de matérias perigosas. Os valores, avançados pelas duas partes, estarão em vigor a partir do próximo ano, e foram acordados numa reunião realizada na quarta-feira à noite no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.
De acordo que a Antram - Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, o acordo foi conseguido na sequência de "uma dura negociação" e permite um aumento mínimo de 140 euros para motoristas de mercadorias gerais e de 266 euros para quem transporta matérias perigosas. A estes valores "acrescerão os impostos que as empresas terão de suportar", sendo que, "no total, este aumento comporta um custo total de mais de 300 euros por mês por cada trabalhador", refere a Antram em comunicado hoje divulgado.
Jerónimo acusa representantes de darem "pretextos" à limitação do direito à greve
O secretário-geral do PCP afirmou esta quinta-feira, em Monte Gordo, que os promotores da greve dos motoristas de matérias perigosas "não se importam de dar pretextos à limitação do direito à greve", situação que "se está a verificar".
Jerónimo de Sousa considera que os argumentos utilizados pelos representantes dos motoristas em greve por tempo indeterminado "instrumentaliza os reais problemas e o descontentamento dos motoristas".
No entender de Jerónimo, os problemas que afetam o setor só podem ser resolvidos através de um acordo alcançado em negociação coletiva.
"Não haja a menor dúvida: o PCP é inteiramente solidário com os trabalhadores do setor e as suas reivindicações", afirmou Jerónimo de Sousa aos cerca de 300 militantes presentes no comício de verão que o PCP realiza anualmente junto à praia de Monte Gordo, Vila Real de Santo António, e que serviu para apresentar o cabeça de lista da CDU pelo distrito de Faro à Assembleia da República, Tiago Raposo.
O secretário-geral do PCP considerou que "não é, entretanto, possível iludir a operação que se desenvolve e as vozes que se vão ouvindo a dar lastro para pôr em causa o direito à greve", referindo-se a mecanismos como a requisição civil, que o Governo decretou, alegando incumprimento de serviços mínimos, para minorar os impactos da paralisação dos motoristas de matérias perigosas em curso desde as 00:00 de segunda-feira.
Sindicato recorre a mediador externo para convencer Antram a negociar
O jornal Expresso avança que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) recorreu a Bruno Fialho, dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e um sindicalista com participação noutros processos negociais, para tentar convencer a ANTRAM a participar nas negociações que já decorrem esta tarde no Ministério do Emprego.
O SNMMP quer utilizar Bruno Fialho como mediador externo nas conversações tripartidas entre os representantes dos motoristas, patrões e Governo. A minha presença poderá serenar os ânimos", disse Fialho antes de entrar no edifício da Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT). Nem a ANTRAM nem nenhum elemento do Governo estão na reunião.
Sindicato reúne-se com Direção-Geral do Emprego, mas sem Governo nem Antram
Cerca de meia hora depois do previsto, vai ter início a reunião entre o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT), porém nenhum membro do Governo ou da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) vai participar no encontro.
À entrada para a reunião e em declarações aos jornalistas, Francisco São Bento, presidente do SNMMP, assumiu esperar que a ANTRAM participasse no encontro desta tarde.
E remeteu para depois da reunião declarações sobre a greve dos motoristas e sobre o acordo referente a um contrato coletivo de trabalho dos motoristas de pesados ontem alcançado entre patrões e o sindicato e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
"Vamos subir [para a reunião] e ouvir o que têm para nos dizer", disse São Bento que mantém em cima da mesa o desafio lançado à ANTRAM para que aceite negociar. Por sua vez, a ANTRAM rejeita iniciar negociações enquanto a greve em curso não for desconvocada.
Não se sabe qual a duração prevista para a reunião.
Matos Fernandes nega que haja esquadras encerradas por causa da greve
Já em resposta às questões dos jornalistas, o ministro rejeitou que existam esquadras da PSP encerradas devido à greve dos motoristas. "Não tenho nenhuma informação de que seja verdade", disse notando que, "obviamente a PSP está a acompanhar a situação". "Não tenho nenhuma notícia de esquadras encerradas", insistiu.
A Lusa noticiou esta quinta-feira, com base na denúncia feita pela Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, que pelo menos duas esquadras da PSP estão fechadas e há agentes "a trabalhar 24 horas" devido à "falta de efetivos", situação que piorou com a greve dos motoristas.
Governo fala em "completa normalidade na distribuição" de combustíveis
O ministro do Ambiente e da Transição Energética falou às 13:00 para garantir que até esta hora verifica-se uma "completa normalidade na distribuição" de combustíveis.
João Pedro Matos Fernandes adianta mesmo que deverá ser "ultrapassado o número de cargas previstas" e dá como exemplo Aveiro, região onde se previa a realização de 41 cargas de combustível ao longo do dia, sendo que já foram realizadas 43.
O governante notou que a partir de Leça da Palmeira foram feitas 98% das cargas previstas para esta dia de feriado e em Sines o nível de cargas efetuadas atinge os 95%. A partir do Barreiro foram feitas 54% das cargas programadas e 57% em Aveiras.
Quanto ao aeroporto de Lisboa, Matos Fernandes referiu que nesta altura está com 60% do respetivo stock de combustível, o que garante as necessidades para mais de dois dias e frisou que nesta fase a ausência de trabalhadores na Portela se deve mais às faltas por baixa médica do que devido à greve em curso.
O ministro aproveitou ainda para dizer que segundo relatam as empresas, verifica-se que muitos dos trabalhadores estão a abandonar a greve e a regressar ao trabalho, o que contribui para que os serviços mínimos estejam não só a ser cumpridos como, "em alguns casos, já foram ultrapassados".
Matos Fernandes fez ainda referência aos números dos stocks na Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), que se fixam nos 51,3%, "em linha com os [números] de ontem" e adiantou que ao quarto dia da greve o gasóleo em reserva nos postos do Algarve atingiu níveis iguais à média nacional.
O ministro salientou o "grande esforço" feito pelo Governo no sentido de responder às necessidades da população, em particular na região algarvia.
O que diz o acordo entre a Antram e a Fectrans
O memorando de entendimento alcançado entre a Fectrans e a Antram ainda será discutido com os trabalhadores, para que o processo de negociação seja retomado em setembro. Afinal, o que diz o acordo? Leia aqui.
ENSE: Serviços mínimos estão a ser cumpridos
A Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) refere esta quinta-feira em comunicado que "o abastecimento dos postos de combustível e dos aeroportos está a processar-se com regularidade, estando a ser cumpridos – até às 10:00 do dia de hoje -, os serviços mínimos legalmente estabelecidos".
Apesar do cumprimento, a ENSE, no comunicado assinado pelo presidente do Conselho de Administração, Filipe Meirinho (na foto com António Costa), "recorda que a greve em causa continua a criar constrangimentos na distribuição de combustível no país, apelando à contenção na sua utilização".
A entidade que regula o setor dos combustíveis acrescenta que "durante a noite de hoje estiveram envolvidos no transporte de combustíveis: 26 elementos Forças Armadas e das Forças de Segurança", sendo que "à primeira hora da manhã, o número subiu para 54".
Motoristas: Greve pode prolongar-se "por vários dias"
O acordo celebrado entre a Antram, representante dos empresários do setor rodoviário, e a Fectrans, sindicato afeto à CGTP, foi feito "à revelia dos trabalhadores", acusou, esta quinta-feira, 15 de agosto, o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). Assim, a greve dos motoristas, que já dura há quatro dias, vai manter-se até que a Antram aceite negociar, e poderá mesmo prolongar-se "por vários dias", garante o sindicato, depois de a associação dos empresários já ter recusado qualquer reunião enquanto a greve continuar.
Os representantes dos motoristas falavam, esta manhã, em Aveiras de Cima, em Lisboa, onde estão concentrados. Francisco São Bento, presidente do SNMMP, começou por afirmar, em declarações aos jornalistas, que os motoristas estão a "cumprir tudo o que estava pré-definido", relativamente à requisição civil que foi imposta. Mas garante: "Vamos continuar a fazer a nossa greve, de forma ordeira, como tem sido feita até à data".
O sindicalista salientou ainda que o "desafio" lançado na quarta-feira aos representantes da Antram, para que se encontrem esta tarde com o sindicato nas instalações da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) se mantém, apesar de já ter sido recusado pela Antram. "Continuamos a aguardar que se apresentem ambas as entidades na DGERT. Nós lá estaremos. Se a Antram quiser manter esta posição de não negociar, fica ao seu critério".
Questionado pelos jornalistas, Francisco São Bento diz ainda que, se não houver cedências, a greve poderá continuar "por vários dias".
Pardal Henriques, também presente na concentração, dirigiu críticas ao sindicato que chegou a acordo com a Antram. "A Fectrans veio demonstrar como funciona. Pela segunda vez em menos de um ano, veio efetivar um contrato à revelia dos trabalhadores. Os trabalhadores nada têm a dizer sobre as condições que lhes vão ser impostas".
O porta-voz do SNMMP aponta ainda que "existem forças muito grandes a lutar contra pessoas que andam há 20 anos a pedir uma mudança nas condições laborais" e adiantou que o sindicato vai "reunir-se, conversar e redefinir estratégias".
Revendedores de combustíveis preocupados com prejuízos provocados pela greve
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) afirmou hoje que está preocupada com o aumento dos custos e quebra de receitas dos seus associados devido à greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias. Num comunicado hoje divulgado, a ANAREC indica que tem vindo a monitorizar os efeitos da greve junto dos revendedores de combustíveis, líquidos e gasosos, tendo recebido queixas dos seus associados que integram a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA).
Os constrangimentos dos associados afetam "em particular os que têm postos exclusivos e que só podem facultar os abastecimentos a entidades prioritárias". "A maior parte dos postos de abastecimento que integram a REPA, no caso dos postos exclusivos, não tinham períodos de funcionamento de 24h/dia, pelo que, para cumprirem a Resolução do Conselho de Ministros, segundo a qual devem laborar ininterruptamente, têm recorrido ao trabalho suplementar dos seus colaboradores, e à contratação de trabalho temporário, o que acarreta um incremento de custos para as empresas", descreve a associação.
Por outro lado, a maioria das empresas associadas da ANAREC com postos na REPA exclusivos para entidades prioritárias, "têm relatado que estão, na sua maioria, com os depósitos cheios, e com vendas muito inferiores ao habitual". "De facto, estão impedidos de vender combustível ao público em geral, e referem que as entidades prioritárias também continuam a abastecer as suas viaturas noutros postos de abastecimento, inclusive fora da REPA", acrescenta a associação.
A ANAREC considera os relatos dos associados "preocupantes", porque os custos que têm para manter os postos em funcionamento mantêm-se iguais, ou, até aumentaram, e as receitas são cada vez mais diminutas. "Sendo certo que os revendedores de combustíveis têm consciência do seu sentido de responsabilidade e do seu dever de boa colaboração durante a situação da crise energética decretada, o facto é que não podem ser indiferentes aos prejuízos e lucros cessantes que a mesma está a implicar para as suas empresas e para os seus negócios", comenta.
Mais de 100 elementos da GNR e PSP transportam combustível
O Ministério da Administração Interna revelou que "106 elementos das forças de segurança" da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública já estiveram envolvidos no transporte de combustíveis devido à greve dos motoristas.
"Na sequência da Situação de Alerta declarada pelo Ministro da Administração Interna foram assegurados pela Guarda Nacional Republicana e pela Polícia de Segurança Pública, entre os dias 12 e 14 de agosto, transportes de combustível em 84 veículos pesados de transporte de mercadorias perigosas, com destino às regiões de Lisboa, Faro, Setúbal, Sintra, Beja e Algarve", refere a nota do Ministério da Administração Interna, acrescentando que "durante o dia de ontem foram abastecidos os aeroportos de Lisboa e Faro".
Saída de camiões mantém-se constante em Aveiras de Cima
Os camiões de transporte de matérias perigosas estão hoje a sair com normalidade da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, Lisboa, e segundo um sindicato dos motoristas os serviços mínimos estão a ser cumpridos. Entre as 05:00 e as 08:00 "saíram cerca de 20 camiões para o aeroporto e para os postos da REPA (Rede Estratégica de Postos de Abastecimento)", disse à Lusa um dos motoristas que hoje de manhã coordena o piquete de greve junto à CLC.
De acordo com os motoristas concentrados junto à empresa "os serviços mínimos estão a ser cumpridos, apesar de ser feriado". Os camiões cisterna que saíram em direção ao aeroporto de Lisboa seguiram escoltados pela GNR, sendo alguns deles também conduzidos por militares.
Greve sem feriado e sem diálogo à vista
Portugal continua hoje em crise energética devido à greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, num dia feriado em que chegou a haver a expectativa de uma reunião entre grevistas e patronato. O porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, desafiou a Antram para uma reunião às 15:00 de hoje, mas a associação que reúne as empresas de transportes recusou, alegando que não negoceia enquanto durar a greve, convocada por tempo indeterminado.
"Não podemos, infelizmente, reunir com a espada na cabeça, não podemos negociar dessa forma (...), negociamos de uma forma franca e presencial (...), mas não sob ameaça de greve", foi a resposta de Pedro Polónio, um dos vice-presidentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram). Pedro Polónio falava na quarta-feira à noite, à saída do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, onde a Antram assinou um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), afeta à CGTP, elogiado pelo primeiro-ministro, António Costa.
"Saúdo vivamente o acordo alcançado entre a Fectrans e a Antram. Neste caso imperou o bom senso e o diálogo", escreveu António Costa no Twitter, acrescentando esperar que "seja um exemplo seguido por outros", numa referência ao SNMMP e ao Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que também convocou a greve iniciada na segunda-feira. O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, também disse que "o tempo da greve acabou" e que as partes se devem "sentar e negociar", garantindo ser desejo do Governo que a paralisação "termine o mais depressa possível".
Sem diálogo à vista, apesar destes apelos e de Pardal Henriques insistir no desafio à Antram para que se reúnam neste feriado católico da assunção de Nossa Senhora, os portugueses vão viver o quarto dia consecutivo de venda racionada de combustível nos postos que o tiverem disponível.
"Greve vai manter-se"
O porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, já reagiu ao acordo celebrado entre a ANTRAM e a FECTRANS. Pardal Henriques admitiu, de imediato, que o SNMMP não vai aceitar este acordo. "A greve vai manter-se", acrescentou, citado pelo Correio da Manhã.
O porta-voz do SNMMP comentou ainda o facto de os patrões terem considerado este acordo "histórico". "O dia de hoje é histórico mas não é por causa deste acordo de fantochada", que está a ser patrocinado pelo Governo, afirmou Pardal Henriques acrescentando que o dia é "histórico" devido à grande dimensão da greve.
Pardal Henriques diz que a Antram está a ser "protegida pelo governo e forças de segurança" e assim é fácil dizer "não vou negociar com vocês".
"O tempo da greve terminou"
"Este foi um momento muito importante. Assistimos à assinatura de um acordo que representa vitórias e melhorias importantes nas condições de trabalho dos motoristas", começou por dizer Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, aos jornalistas esta quarta-feira à noite.
Na sua intervenção, Pedro Nuno Santos realçou o facto de Governo estar a acompanhar "todo o processo" e admitiu que é "com grande satisfação" ver serem possíveis "melhorias concretas".
O ministro das Infraestruturas referiu ainda que o Executivo esteve sempre a trabalhar, "mesmo que alguns julgassem que não o estivessemos a fazer". Pedro Nuno Santos disse também que esse trabalho foi sendo desenvolvido de forma a ser "possível evitar a greve".
Para o ministro é importante "parar a greve, chegar a acordo e ver melhores condições de trabalho".
"Apelamos a que os dois sindicatos se sentem à mesa das negociações. O tempo da greve terminou. Temos de nos sentar" e negociar, realçou Pedro Nuno Santos.
O ministro assumiu que o Governo "fez tudo" para que as partes se encontrassem e negociassem para que a greve não se realizasse.
"É importante perceber que o Governo trabalhou sempre e vai continuar a fazê-lo", realçou. "Nós queremos que as partes se sentem, negoceiem e cheguem a acordo".
Antram recusa reunião com sindicato enquanto durar a greve
A Antram recusou hoje o desafio do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) para uma reunião na quinta-feira, alegando que não pode negociar com "a espada na cabeça".
"Não podemos, infelizmente, reunir com a espada na cabeça, não podemos negociar dessa forma (…), negociamos de uma forma franca e presencial como estamos aqui hoje, mas não sob ameaça de greve", afirmou Pedro Polónio, um dos vice-presidentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram).
Pedro Polónio falava aos jornalistas no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, depois de uma reunião com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), afeta à CGTP, na qual foi assinado um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho. O porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, tinha desafiado hoje a Antram para uma reunião na quinta-feira, às 15:00, na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), em Lisboa.
"Disseram-me que se eu não viesse trabalhar que ficava detido"
Onde estão os postos de emergência para abastecer na crise dos combustíveis
Só nos postos de abastecimento que integram a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA) é garantido que não vai faltar combustível durante a greve dos motoristas que arranca a 12 de agosto. Veja abaixo quais os 341 pontos postos que estão incluídos nesta rede de emergência.
Aqui pode consultar o mapa elaborado pela ENSE, que diz o nível de combustível destes postos da REPA.