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Quem passou a trabalhar mais tempo em Portugal?

Portugal foi o país da União Europeia onde as horas de trabalho semanais mais aumentaram. O Negócios faz agora um zoom por sectores.

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Sendo Portugal o país da União Europeia onde o tempo de trabalho mais aumentou nos últimos anos, de que forma se distribuiu esse esforço? Depois de ter noticiado os resultados de um estudo da Fundação para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound), o Negócios quis saber qual foi a evolução por sectores, alargando a análise a 2015.

 

Os dados solicitados ao Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos à duração semanal habitual de trabalho mostram que, sem surpresas, o sector que inclui a administração pública, a saúde e a educação foi o que registou o maior aumento entre 2011 e 2015, com um crescimento de 3,9% nas horas de trabalho.

 

Este aumento de uma hora e meia por semana, em sectores onde o Estado está presente, deverá estar influenciado pelo aumento do período normal de trabalho na Função Pública. Os dados revelam que foi precisamente em 2014, depois do aumento das 35 horas para as 40 horas semanais, que o tempo de trabalho mais subiu. Mas este indicador, que se baseia nas respostas ao Inquérito ao Emprego, vai além do tempo normal, podendo considerar as horas extraordinárias. É preciso não esquecer, além disso, que em sectores como a saúde e a educação os privados também estão presentes.

Entre 2011 e 2015 a construção também regista um aumento. Em sectores como as actividades financeiras e imobiliárias, pelo contrário, o número de horas de trabalho até caiu.

 

Estes dados só reflectem a duração laboral dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo, excluindo, portanto, quem trabalha a tempo parcial.

Globalmente, em todos os sectores, a duração média do trabalho semanal aumentou progressivamente das 41,1 horas para as 41,7 horas entre 2011 e 2014, mas caiu no ano passado para as 41,4 horas.

Como fica o panorama depois desta evolução? A semana de trabalho parece ser claramente mais longa na agricultura e pesca, onde as pessoas declaram, em média, trabalhar 44 horas. A categoria que agrega o comércio, a restauração e o alojamento também se destaca, com 42,8 horas por semana.

E é precisamente no sector que inclui a administração pública, a saúde e a educação que as pessoas declaram uma semana de trabalho mais curta. Ainda assim, acima das 40 horas semanais.

Os dados divulgados pela Fundação Europeia para as Condições de Vida e de Trabalho, na sequência de um relatório sobre o assunto, revelam que Portugal foi o país onde a duração semanal de trabalho mais aumentou entre 2010 e 2014, em toda a União Europeia: uma hora e meia, em média. Se considerarmos apenas o período entre 2011 (altura em que há uma quebra de série) e 2014 (último ano para o qual há comparações internacionais), a subida é mais ténue, de pouco mais de meia hora por semana, mas Portugal continua a aparecer em primeiro lugar.
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