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Metade dos portugueses só quer ir ao escritório dois ou três dias por semana
Estudo da Hays mostra preferência por regime misto com trabalho remoto e presencial, sendo que só 10% deseja voltar a 100% às instalações da empresa. Saúde mental e equilíbrio com vida pessoal são principais riscos do teletrabalho.
Ir dois ou três dias ao escritório e completar o resto da semana em trabalho remoto. Este é o cenário ideal por cerca de metade (51,2%) dos profissionais portugueses inquiridos pelo grupo de recrutamento Hays.
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, 30 de setembro, um em cada cinco (19,4%) preferia fazer apenas um dia em trabalho presencial, havendo ainda 10,4% a optar por um dia em teletrabalho e os restantes quatro nas instalações da empresa.
Excluindo as opções por estes regimes híbridos, então há mais profissionais qualificados em Portugal a querer trabalhar integralmente a partir de casa (10,2%) do que em voltar a estar 100% da semana naquele que era o local habitual de trabalho até ao surgimento da pandemia de covid-19.
"O mercado está ainda em fase de adaptação e tudo parece indicar que soluções ‘one-fits-all’ não vão ser bem sucedidas. O trabalho remoto será a solução ideal para alguns profissionais e empresas, mas não para outros. O desafio dos próximos tempos passa por encontrar o equilíbrio certo entre as necessidades dos profissionais e a realidade de cada negócio. E há que fazê-lo com ponderação, medindo resultados e adaptando soluções consoante as aprendizagens", descreve Paula Baptista, diretora da Hays Portugal.
Quase 80% dos inquiridos pela consultora de Recursos Humanos estiveram em trabalho durante o período de confinamento, iniciado em meados de março, sendo que a maioria (73%) ainda está neste regime ou a fazer horário dividido. Em média, dizem que mantiveram ou melhoraram a produtividade, tendo subido também a qualidade de vida familiar.
Por outro lado, dizem que piorou a comunicação com os colegas e com as chefias. Mais polarizados são os resultados quanto ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional - 46% indicam que melhorou e 32% que piorou – e no que toca à saúde mental, em que há mais gente a apontar uma degradação (30%) do que uma progressão positiva (25%).
Em resultado desta nova realidade generalizada do trabalho remoto, também a Ray Human Capital já está a sentir uma "maior competição" nos processos de recrutamento. O diretor, Luís Sítima, aconselha os departamentos de Recursos Humanos das empresas a gerir a diversidade, em vez de "trabalhar para uma média".