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Governo recusa alargar apoio de 60 euros que só dura um mês

Questionada por vários deputados da oposição sobre o apoio de 60 euros que será pago uma só vez este ano, a ministra do Trabalho reiterou que o apoio é “extraordinário”

Miguel A. Lopes / Lusa
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Questionada por deputados de praticamente todas as bancadas sobre a "insuficiência" de um apoio ao aumento do preço dos alimentos, que é de 60 euros mas só será pago uma vez até ao final do ano, a ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, reiterou que em causa está uma resposta "extraordinária" e complementar a outras como a redução do ISP sobre os combustíveis.

Em causa está o apoio criado para compensar (parcialmente) o aumento do preço dos bens alimentares. Na sexta-feira o valor será pago às 672 mil famílias beneficiárias da tarifa social de electricidade. Em maio, será paga a outras 68 mil famílias beneficiárias de prestações mínimas, mas cada família só recebe uma vez. Os trabalhadores só têm acesso se tiverem rendimentos mesmo muito baixos.

Questionada pelos deputados de praticamente todas as bancadas sobre um apoio que a oposição considera insuficiente, a ministra respondeu, por diversas vezes, que a medida é "extraordinária" mas que não pode ser vista de forma isolada.

"Não é uma medida isolada. É uma medida integrada num pacote global de várias medidas que têm um foco transversal" e que "mobilizam 1.800 milhões de euros" (incluindo garantias), insistiu a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.

Nuno Carvalho (PSD) considerou que o apoio "é curto". Diana Ferreira (PCP) que fica "aquém do necessário". Inês de Sousa Real (PAN) disse que o pão já subiu 7%. José Soeiro (BE) lembrou que as pessoas que receberam o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores (AERT) ou o apoio ao cuidador não têm acesso ao apoio, embora possam ter rendimentos muito baixos, mas o Governo não respondeu à questão.

"Em Portugal temos mais de 1,8 milhões de pessoas em situações de pobreza", o que compara com 830 mil famílias abrangidas pelo apoio, disse Inês de Sousa Real (PAN).

"Toda a gente que vive do seu salário e da sua pensão vai sentir um corte", disse José Soeiro, questionando o Governo sobre o impacto da inflação na pobreza.

De acordo com o orçamento do Estado, o custo desta medida, conjugado com o apoio à botija de gás (que só foi atribuído a 2,5 mil famílias), é de 55 milhões de euros (por mês e por ano).

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, alega que é preciso ter em conta outras medidas "estruturais" que já constavam do orçamento em outubro, antes da escalada dos preços, caso da chamada Garantia Jovem, um reforço do abono de família em particular para as famílias mais pobres.

 

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