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"Nenhum processo" teve tantos créditos por equivalência como o de Relvas

Manuel Damásio, administrador da Universidade Lusófona, disse hoje que "nenhum processo" teve tantos créditos concedidos por via da experiência profissional como o do ministro Miguel Relvas, considerando que se trata de "um currículo muito rico".

09 de Julho de 2012 às 22:05
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Em entrevista à TVI, Manuel Damásio afirmou que desde 2006, altura em que entrou em vigor a reforma de Bolonha, a Universidade Lusófona avaliou 89 processos de alunos que pediram equivalências de créditos invocando a sua experiência profissional e pessoal.

"Cada processo é único. É evidente que não há nenhum [processo] que tenha de memória que tenha tido este número de créditos, pode ter sido aproximado. Normalmente são menos [créditos]. Mas o currículo do doutor Miguel Relvas não é um currículo qualquer", afirmou o administrador da Lusófona.

Manuel Damásio acrescentou que está em causa um currículo "mais rico em experiência profissional, inclusivamente de produção de textos legislativos como secretário de Estado ou como ministro".

A Universidade Lusófona considerou que a experiência profissional de Miguel Relvas equivalia a 160 dos 180 créditos totais da licenciatura de Ciências Políticas e Relações Internacionais, curso que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares concluiu ano lectivo 2006/2007.

Manuel Damásio admitiu que casos como o de Miguel Relvas têm um impacto negativo na credibilidade da instituição, penalizando os próprios alunos.

"Nós sabemos, neste momento, que incrivelmente há empresas que estão a recusar os certificados da licenciatura dos alunos da Lusófona, porque dizem que essa é aquela universidade onde há problemas. Isto é uma situação incrível de ignorância de pessoas que não sabem o que são direitos humanos e o que é respeitar o bom-nome das pessoas", lamentou o responsável.

Questionado sobre os motivos que levaram a universidade a anunciar que vai desencadear uma auditoria externa aos processos semelhantes ao de Relvas, Damásio explicou que se tratou de uma "sugestão dos próprios estudantes", para afastar as dúvidas que pairam sobre a credibilidade da instituição.

"Não vejo necessidade disso, mas aceito que se faça", acrescentou.

O administrador da Universidade Lusófona disse ainda que o Conselho Científico da universidade é que é "o órgão competente pela transposição dos créditos para cadeiras" e garantiu que "não há o risco" de haver uma nota atribuída a determinada disciplina por um professor que não leccione nessa área.

A Universidade Lusófona divulgou hoje a lista dos 18 elementos do Conselho Científico do Departamento de Ciências Sociais e Humanas no ano lectivo 2006/2007, data da licenciatura do ministro Miguel Relvas em Ciência Política e Relações Internacionais.

Segundo uma nota da Universidade Lusófona enviada à agência Lusa, aquele conselho científico foi presidido por António Fernando Santos Neves.



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