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A idade certa para o MBA

Os antigos diziam que não se devia estudar filosofia antes dos 40. Se o conhecimento da gestão fosse avaliado por esta máxima, a idade média dos alunos de MBA estaria quase uma década de distância. Mas a verdade é que também nos MBA, a diversidade é a palavra de ordem.

A idade certa para o MBA
22 de Março de 2009 às 01:12
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O factor experiência é para algumas universidades uma condição efectiva de entrada num MBA. Num programa destinado a formar “mestres de gestão”, a partilha de informação e a troca de experiências em situações reais de mercado é encarada como um fundamental para a qualidade global da formação. E, esse é um requisito difícil de alcançar para quem apenas realizou um percurso académico ou teve uma experiência profissional muito limitada. Um mínimo de 5 anos de experiência em empresas após a licenciatura é, em regra, aceite como essencial.

Olhando para o perfil das turmas de MBA encontra-se uma idade média em torno dos 28-32 anos, mas o campus está em mudança. Mediante as alterações decorrentes da globalização, do movimento dot-com que trouxe ao mercado empresários muito jovens e alguns sem qualquer formação académica e também mercê das próprias alterações demográficas e de padrão de vida, a composição das turmas de MBA atravessa também uma fase de transformação.

De alunos muito jovens que procuram novas alternativas profissionais e muitas vezes uma correcção de rota face à formação que realizaram na licenciatura – exemplo de advogados e engenheiros que pretendem assumir funções de gestão – a alunos com considerável experiência, mas que só após os 35 conseguem tempo para estruturar conhecimentos, há um novo mix nas escolas de gestão.

Entre 1995 e 2005, o número de estudantes com mais de 40 anos aumentou em todos os níveis de formação superior, de acordo com indicadores do Council of Graduate Schools. Todavia, em paralelo dos 217,698 testes de GMAT realizados entre 2006-07 apenas 7,581, ou seja menos de 4%, foram feitos por candidates entre os 40 e os 49 anos. Cerca de 30 por cento menos do que cinco anos antes, quando os candidatos deste segmento respondiam por 10,092 tests. Uma explicação também assente na demografia e np facto da Geração X ser, numericamente, a menos numerosa.

A oferta de programas em regime de part-time, dominante em Portugal, é uma resposta das escolas à necessidade de conciliação de vida profissional e pessoal decorrente de uma maior maturidade, para além de permitir a manutenção de situações profissionais, o que não acontece quando se trata de um programa de dedicação exclusiva.

Família e MBA: um parque infantil no campus

O estudo de duas professoras, duas mulheres, da Universidade de Berkeley – Haas School of Business deixa pistas que dão que pensar. Catherine Wolfram e Jane Leber Herr descobriram na sua pesquisa intitulada “Opt-Out Patterns Across Careers: Labor Force Participation Rates Among Educated Mothers” – que 28% das mulheres que completaram MBA em Harvard, 15 anos depois eram, por opção, mães a tempo inteiro. A percentagem de gestoras que vai para casa é substancialmente superior à de médicas (6%) e mesmo advogadas (21%).

O estudo acompanhou o percurso de cerca de 1000 mulheres com MBAs concluídos em Harvard entre 1988 e 1991 e compilou um conjunto de dados biográficos e de indicadores.

O compromisso entre carreira e família afigura-se efectivamente mais difícil de atingir no mundo dos negócios. Há um número significativo, por exemplo, de mulheres médicas a exercerem em regime de part-time, mas essa solução é virtualmente impraticável para quem trabalha na banca e consultoria.

Numa era em que 2/3 dos alunos em praticamente todas as universidades do mundo são mulheres, a pressão aumenta para que surjam novas soluções no mercado de trabalho e na própria universidade. Segundo dados de 2007 nos Estados Unidos, 31% dos participantes nos 25 programas de referência de MBA em regime de full time são mulheres e o desafio passa por saber conservar estas mestres de gestão no activo quando formam família ou se já têm essa condição.

Para responder a estas necessidades, algumas escolas de gestão estão a criar novas estruturas integradas no campus, como organizações para apoio à família e parques infantis, e disponibilizam ajuda na recolocação dos estudantes após o curso. É por exemplo o caso da Northwestern’s Kellogg School of Management, mas parece certo que outras lhe seguirão as pisadas.

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