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Subida de 1% nas taxas Euribor cortará 4,4% no rendimento dos mais pobres

Uma subida de juros não deverá ocorrer antes de meados de 2019, mas quando chegar terá efeitos muito diferentes nas famílias portuguesas. Em média, o rendimento das famílias nacionais baixará 0,7%, mas nas mais pobres e com dívidas a perda pode chegar a 4,4% do rendimento.

Bruno Simão
15 de Dezembro de 2017 às 13:58
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Num momento em que o BCE começa a reduzir os estímulos monetários à Zona Euro e se fazem apostas sobre quando chegará a primeira subida de juros decidida em Frankfurt, o Banco de Portugal  (BdP) analisou o impacto no rendimento das famílias nacionais da subida de 1 ponto nos juros de curto prazo das taxas Euribor: em termos agregados a perda é de 0,7%, mas os mais pobres e endividados podem ver o seu rendimento cair até seis vezes mais que isso, mostram as estimativas do banco central.

"O efeito no rendimento é negativo para as famílias que têm dívida com taxa variável, sobretudo as mais jovens e as dos quartis mais baixos do rendimento", conclui o Banco de Portugal, que no Boletim Económico de Dezembro de 2017 analisa o efeito líquido de uma subida de 1 ponto na taxa de juro de curto prazo – considerando o impacto negativo nos juros a pagar pelas dívidas contraídas ao banco, e impacto positivo nos juros a receber pelos depósitos.

Em termos agregados, "para o conjunto das famílias, ou seja considerando também as que não têm dívida, o efeito agregado é de -0,7% do rendimento", conclui o BdP, cujas contas mostram também que há grupos da população que podem ser afectados de forma bem mais relevante.

Quando considerando apenas as famílias que têm dívidas (a taxa variável) a perda média de rendimento sobe de 0,7% para 2%. E tudo fica pior quando a análise se concentra nos mais jovens e nos mais pobres com dívidas: para os que têm menos de 35 anos, o corte de rendimento pode chegar a 3,4%, e nos 25% mais pobres a perda atinge em média 4,4% do rendimento.

 

Mas nem todos perdem, mostram os cálculos da Almirante Reis: os que têm mais depósitos do que dívidas tendem a ganhar com uma subida de juros. Aí incluem-se os mais velhos: "Quando se considera a totalidade das famílias, o efeito no rendimento é positivo nas classes etárias em que o indivíduo de referência tem mais de 65 anos, e negativo naquelas em que tem menos de 55 anos", lê-se na nota que acrescenta que "considerando apenas as famílias que têm dívida com taxa variável, a subida da taxa de juro tem um efeito negativo no rendimento em todas as classes etárias, excepto naquela em que o indivíduo de referência tem mais de 75 anos", sendo que "o efeito negativo é particularmente acentuado nas duas classes de famílias mais jovens".

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