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BCE revê crescimento e inflação em alta, mas continua cauteloso

O BCE anunciou uma revisão em alta do crescimento na Zona Euro, e também está mais optimista para a inflação. Mas embora mais confiante que atingirá a meta de 2%, Draghi avisa que faltam sinais convincentes de recuperação, pelo que um amplo estímulo monetário continua a ser necessário.

14 de Dezembro de 2017 às 15:02
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A recuperação da Zona Euro está a ganhar força e por isso o BCE está mais confiante que a inflação na região vai aumentar de forma sustentada para a sua meta de 2%. Mas, ao mesmo tempo, a verdade é que ainda não há sinais convincentes dessa aceleração dos preços, e mesmo em 2020 a inflação deverá ser apenas de 1,7%. Pesadas as forças e fraquezas da região, o Conselho do BCE entende que continua a ser necessário um amplo nível de estímulos monetários, pelo que a estratégia definida em Outubro permanece intacta.

O resumo da avaliação do banco central foi apresentado em conferência de imprensa por Mario Draghi, presidente do BCE, após a última reunião dedicada à política monetária de 2017, na qual reafirmou a continuação da compra de activos pelo menos até Setembro de 2018 (ao ritmo de 30 mil milhões de euros mensais a partir de Janeiro), assim como a manutenção da taxa de juro central em zero e os reinvestimentos na maturidade bem para lá dessa data.

"O passo rápido de expansão económica e a melhoria significativa nas perspectivas de crescimento" que beneficia do momento cíclico da economia e resultará em melhorias no mercado de trabalho "dão espaço para mais confiança de que a inflação vai convergir em direcção ao nosso objectivo de inflação", definido como um valor próximo, mas a inferior a 2%, afirmou em Frankfurt, reflectindo em parte a revisão em alta das previsões de crescimento na região, que colocam o PIB da Zona Euro a aumentar mais de 2% por ano tanto em 2017, como em 2018.

Mas logo de seguida o líder do banco central colocou água na fervura, avisando que, ainda assim, a inflação não está a reagir como desejado: "ao mesmo tempo, as pressões internas de preços permanecem fracas e ainda têm de mostrar sinais convincentes de uma tendência de aumento sustentado", afirmou para sustentar que o BCE considera que "ainda é necessário um amplo nível de estímulos monetários para que as pressões sobre a inflação se continuem a formar e a suportar desenvolvimentos na inflação global no médio prazo".


Nas novas previsões dos economistas do banco central, a economia da Zona Euro deverá crescer 2,4% este ano, e 2,3% em 2018, desacelerando depois lentamente para 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020. Nas palavras de Mario Draghi trata-se de uma "revisão em alta significativa" face às projecções de Setembro que apontavam para 2,2% em 2017, 1,8% em 2018 e 1,7% em 2019.


A revisão em alta da actividade económica teve tradução mais suave nos preços. A equipa de economistas do banco central aponta para 1,5% este ano, 1,4% em 2018 e 1,5% em 2019, subindo em 2020 para 1,7% – um valor que no passado Mario Draghi considerou ainda distante da sua meta. Os novos valores comparam com 1,5% este ano, 1,2% no próximo e 1,5% em 2019 previstos em Setembro, com a revisão em alta para 2018 a ser explicada "principalmente" por preços mais elevados de petróleo e bens alimentares.

Na conferência de imprensa Mario Draghi foi várias vezes questionado sobre detalhes operacionais relativos à extensão do programa de compras, em particular na divisão entre obrigações soberanas e obrigações empresariais, mas não deu detalhes.

A manutenção dos planos em Frankfurt é afirmada na mesma semana em que o Reino Unido manteve a taxa de juro directora em 0,5% (depois da primeira subida em 10 anos operada em Novembro), e de a Reserva Federal norte-americana ter também subido a taxa central em 25 pontos base, para um intervalo entre 1,25% para 1,5%. 

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