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Banco de Portugal prevê crescimento mais alto e em linha com Zona Euro

O banco central está mais optimista e vê economia a crescer acima dos 2% este ano e no próximo, desacelerando nos anos seguintes, mas mantendo-se em linha com a Zona Euro. O desemprego chega ao 6,1% em 2020. O crescimento potencial da economia permanece baixo.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Dezembro de 2017 às 13:00
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A economia portuguesa deverá crescer 2,6% este ano e 2,3% no próximo, mais do que previsto em Junho, diz o banco central que nas novas previsões aponta para uma desaceleração nos anos seguintes, mas que ainda assim garante uma ligeira convergência do PIB por habitante com o verificado na área do euro. A taxa de desemprego baixará de 8,9% este ano para 6,1% em 2020.

As previsões avançadas esta sexta-feira, 15 de Dezembro. pelo Banco de Portugal trazem boas notícias também na frente externa, antecipando-se excedentes anuais nas relações com o resto do mundo superiores a 2% do PIB ao ano de 2018 até 2020, explicado pelo dinamismo das exportações, em particular do turismo, mas também por menos juros pagos pela dívida pública e mais fundos estruturais a chegarem da União Europeia.

A explicar o desempenho nacional estão três dinâmicas principais: um crescimento exportações de bens e serviços que será sempre superior a 4% ao ano até 2020, e praticamente compensará os aumentos de importações; a continuação de uma forte recuperação do investimento, com crescimentos em torno dos 6% tanto em 2018 como em 2019; e, finalmente, o consumo das famílias crescerá alinhado com o rendimento disponível (e ligeiramente abaixo do crescimento da economia), o que resultará uma estabilização da taxa de poupança, espera o Banco de Portugal.

"A expansão projectada para a economia portuguesa tem subjacente uma recomposição da procura global orientada para um crescimento mais sustentável, assente no dinamismo das exportações e do investimento e num enquadramento internacional favorável", lê-se numa nota divulgada pelo banco central associada ao Boletim Económico.

No relatório, a instituição destaca que "o crescimento do PIB em Portugal será muito próximo do da média da área do euro ao longo do horizonte de projecção", o que permitirá alcançar o PIB de 2008 já em 2018, e chegar a 2020 com um Produto cerca de 4% superior ao registado em 2008, quando começou a crise.

Ajustando ao facto da população estar a cair em Portugal e aumentar na Europa, o banco central nota que "em termos do PIB per capita, a convergência real face à área do euro deverá continuar nos próximos anos de forma ligeira, em parte reflectindo a redução da população em Portugal".

As exportações, puxadas pelo dinamismo da procura externa e por ganhos de quota de mercado, foram o principal ingrediente da retoma e continuam a ser uma parte fundamental da história da actual recuperação, mas daqui para a frente o palco é dado ao investimento, em particular ao empresarial. "A componente mais dinâmica da procura global deverá ser a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), reflectindo em particular a evolução do investimento empresarial", prevê o Banco de Portugal, que nota que "depois de um aumento de 8,3% em 2017, a FBCF deverá crescer 6% em 2018 e em 2019 e 5,4% em 2020. Não obstante, o nível da FBCF no final do horizonte deverá ser 11% inferior ao observado antes da crise financeira internacional". Já as exportações em 2020 estará 68% acima do nível de 2008.

O dinamismo da actividade económica garantirá a continuação da descida do desemprego e do aumento do emprego. "Depois de uma subida de 3,1% em 2017, o emprego deverá continuar a crescer até 2020, ainda que a um ritmo inferior ao do PIB (1,6% em 2018, 1,3% em 2019 e 0,9% em 2020)" e a "taxa de desemprego manterá uma trajectória descendente, atingindo 6,1% no final do horizonte de projecção", lê-se na mesma nota. No boletim, o banco central destaca que, ainda assim, em 2020 "o nível do emprego irá situar-se ainda em níveis cerca de 2% abaixo dos observados antes da crise financeira internacional".

Mais emprego não terá no entanto impactos significativos nos salários, que continuarão a acompanhar os pequenos ganhos de produtividade estimados pelo banco central para os próximos anos, esperam os economistas da Almirante Reis. A inflação permanecerá estável em torno dos 1,5%.

O cenário mais positivo para a economia nacional chega acompanhado de uma análise sobre as tendências de crescimento de longo prazo, e o potencial da economia, que traz uma avaliação mais negativa. O PIB potencial nacional tem vindo a cair ao longo das duas últimas décadas, permanece baixo, entre 0% a 2%, e será pressionado negativamente nos próximos anos por dinâmicas demográficas desfavoráveis e baixo nível de capital.


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