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António Costa espera que a agência Fitch decida o "óbvio"

Para o primeiro-ministro, a actual "situação económica e financeira" de Portugal mostra claras diferenças face a 2011 e 2015, conjuntura que levou outras agências a concluírem o "óbvio". Mesmo sem antecipar a decisão da Fitch, Costa espera que também esta agência reconheça o "óbvio".

Miguel Baltazar
15 de Dezembro de 2017 às 14:38
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À margem dos temas discutidas no Conselho Europeu que decorreu nos últimos dois dias, em Bruxelas, António Costa foi questionado sobre as expectativas do Governo relativamente à avaliação que a agência americana de notação financeira Fitch fará sobre a dívida soberana da República portuguesa, e que deverá ser anunciada ao início da noite desta sexta-feira, 15 de Dezembro.

 

O primeiro-ministro prefere "não antecipar" uma eventual subida de "rating" e melhoria de perspectiva por parte da Fitch, mas sustenta que, "como se sabe, há um dado que é muito claro: a situação económica e financeira que Portugal tem hoje não tem nada a ver com 2011 nem com 2015".

 

Numa altura em que os analistas antecipam que a Fitch siga as pisadas da congénere Standard & Poor’s, que em Setembro retirou Portugal da categoria considerada de investimento especulativo, comummente designada como "lixo", António Costa notou que "os mercados têm estado a antecipar esse acontecimento".

 

Recordando que outras instituições já melhoraram as perspectivas atribuídas a Portugal, concluindo o "óbvio", António Costa deixa subentendido esperar que também a Fitch siga esse exemplo. Para o chefe do Governo português, a situação económica e financeira do país é "claramente distinta de 2011", pelo que reina em São Bento a expectativa de que a Fitch retire Portugal do "lixo".

 

Esta sexta-feira, o Banco de Portugal melhorou as perspectivas económicas do país, prevendo que o PIB luso cresça 2,6% este ano e 2,3% em 2018. Durante a manhã, a taxa de juro associada às obrigações de dívida pública portuguesa a 10 anos recuou, pela primeira vez em praticamente oito anos, para um valor inferior às "yields" transalpinas, demonstrando maior confiança por parte dos investidores em relação à capacidade de Portugal fazer face aos seus compromissos.

O Negócios escreve na edição desta sexta-feira que se a Fitch retirar o país do "lixo", Portugal poderá entrar em 2018 com melhores condições e uma imagem de renovada confiança, o que abrirá as portas de mercados de biliões de euros.

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