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Marcelo tenta travar euforia em dia de decisão da Fitch
O Presidente da República tem temperado reacções mais festivas do Governo quanto à situação económica e financeira. Marcelo salienta factores que podem condicionar o desempenho da economia.
O Presidente da República defendeu esta sexta-feira, 15 de Dezembro, que Portugal tem motivos para estar satisfeito com os resultados obtidos a nível económico e financeiro, mas avisou que a "euforia nunca é boa conselheira". Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia, no dia em que é esperada mais uma boa notícia para Portugal, com a Fitch a poder colocar o 'rating' da dívida portuguesa em nível de investimento.
"As pessoas disseram. É preciso dar um exemplo de milagres, é o milagre português. Agora o problema é o seguinte. Eu tenho dito, e a função do Presidente da República é um bocadinho maçadora – eu admito – mas tem de ser assim. Não nos deslumbremos com milagres, porque não há milagres", disse o chefe de Estado, horas antes de ser conhecida a decisão da agência de rating norte-americana e sem se referir à mesma.
"O milagre deu muito trabalho e vai dar muito trabalho no próximo ano, no ano seguinte", salientou, em declarações transmitidas pela RTP, destacando de seguida um conjunto de factores que influenciam a forma como a economia portuguesa se pode comportar.
"Porque não temos a certeza que o crescimento económico seja o mesmo deste ano, lá fora e portanto cá dentro, ninguém sabe se os EUA têm medidas proteccionistas ou não, ninguém sabe se a Europa vai conseguir manter este ritmo ou não. Nós somos uma economia muito aberta. Portanto, não é razão para, no plano económico e financeiro não estarmos felizes. É razão para olharmos com cuidado para o futuro."
"A euforia nunca é boa conselheira. Quer dizer a satisfação do dever cumprido, a alegria por aquilo que é hoje o acolhimento internacional a Portugal é justa. O entrar em euforia, na política, como na economia, como nas finanças, como eu tudo na vida normalmente é má conselheira", acrescentou o Presidente.
Marcelo Rebelo de Sousa tem temperado reacções mais festivas do Governo com alertas sobre a necessidade de manter o rumo. Foi assim com a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo.