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Schäuble quer “início atempado de redução de estímulos“ pelo BCE

BCE decide hoje juros num contexto de aumento de pressão dos que defendem uma redução mais rápida dos estímulos monetários. Um dos principais “think-tanks” alemães quer corte de compras mensais de dívida já a partir de Abril.

1 de Março – Schäuble em entrevista a um jornal alemão

“Não queremos um 'Grexit'. Somos solidários, mas não extorsionários. Ninguém forçou a Grécia ao programa de ajuda. Por isso, está totalmente nas mãos do Governo de Atenas. Seria bom que o Governo grego não falasse de modo que nos seja difícil convencer os nossos cidadãos”.
09 de Março de 2017 às 12:00
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O ministro das Finanças Wolfgang Schäuble defende o "início atempado de uma saída" do plano de estímulos monetários" do BCE. A declaração foi feita quinta-feira, numa conferência que decorreu no dia em que o banco central publica novas previsões de crescimento e inflação, e em que decide sobre a política monetária para a região. É mais um sinal da impaciência alemã face ao aumento da inflação no país e na Zona Euro. Mais assertivo foi Clemens Fuest, presidente do influente "think tank" alemão Ifo, que no mesmo dia defendeu o início em Abril de uma redução das compras mensais pelo banco central.

Numa conferência organizada pelos bancos regionais alemães, Schäuble defendeu regras internacionais mais duras sobre os grandes bancos, reporta a Reuters, e disse ser a favor de um início atempado da saída, sem concretizar.

A inflação na Zona Euro subiu de 1,8% para 2% em Fevereiro (acima da meta de médio prazo do BCE de uma inflação próxima, mas inferior a 2%), o que é o valor mais elevado desde 2013. Na Alemanha atingiu mesmo os 2,2%.

Apesar desta evolução, é expectável que o BCE mantenha a taxa de juro central em zero, assim como o plano anunciado em Dezembro de, em Abril, reduzir o volume de compras mensais de activos de 80 para 60 mil milhões de euros, mantendo-o assim até ao final 2017. Isto porque o aumento da inflação se deve essencialmente à evolução dos preços do petróleo (que afundaram no início de 2016) e a retoma na Zona Euro permanece frágil e sujeita a elevados riscos políticos, com eleições importantes na Holanda, França e Alemanha ao longo deste ano.

A inflação subjacente na Zona Euro (que desconta o efeito dos preços de energia e bens alimentares) manteve-se inalterada em 0,9% em Fevereiro, o que indicia que passado o efeito do preço do petróleo, a inflação geral voltará a baixar para valores inferiores à meta de 2% do BCE.

O banco central divulgará hoje novas previsões de inflação. Em Dezembro, o staff do BCE apontou para inflação de 1,3% em 2017, 1,5% em 2018 e 1,7% em 2019, e crescimento anual de 1,7% em 2017, desacelerando para 1,6% em 2018 e 2019. Segundo a Bloomberg não são esperadas alterações significativas nestas previsões.

Quem não concorda com esta avaliação é Clemens Fuest, o presidente do influente think-tank alemão Ifo, que espera que a inflação se aproxime dos 2% já em 2017, e defende uma redução imediata do plano de compras de activos do BCE.

A evolução da inflação "é uma indicação de que é tempo do BCE começar a reduzir a sua política monetária expansionista. Deveria tirar o pé do acelerador e reduzir as compras de dívida ao ritmo de 10 mil milhões de euros por mês", afirmou, num comunicado enviado à imprensa, onde diz que se não o fizer, o BCE "arrisca ultrapassar a sua meta" de inflação.

A decisão do banco central é conhecida pelas 12:45, e 45 minutos depois Mario Draghi apresentará a sua avaliação em conferência de imprensa em Frankfurt.
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