A realização de eleições antecipadas deverá levar a uma queda no investimento nacional em 2002, com um crescimento do produto interno bruto (PIB) nacional abaixo da média europeia a ser agora «mais provável», defende o Santander Central Hispano (SCH), num estudo datado de 3 de Janeiro.

«Em termos de PIB, é agora mais provável que cresça menos que os 1,5% previstos pelo Banco Central Europeu (BCE) para a União Económica e Monetária (UEM)», de acordo com o referido estudo.

As previsões do Governo apontam para um crescimento da economia nacional entre os 1,5% e os 1,75% este ano. Estes valores contrastam com a progressão de 0,8% estimada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de acordo com projecções avançadas no mês passado.

O SCH sublinha que a existência de um Governo de gestão até à realização do escrutínio, marcado para 17 de Março deverá levar a uma quebra no investimento público, uma vez que o Executivo está impedido de tomar decisões novas neste âmbito.

«Como as perspectivas eram de que o investimento praticamente não crescesse, devemos agora enfrentar uma queda no investimento» em 2002, acrescenta a instituição bancária.

O SCH considera ainda que caso os principais partidos, nomeadamente o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD), apresentassem a política económica que pretendem seguir em caso de vitória nas eleições, contribuiriam para a diluição da actual incerteza económica.

Em termos orçamentais, o SCH prevê que no que respeita à despesa corrente, «não deverá haver medidas estruturais que contenham o forte crescimento por inércia desta rubrica».

Do lado das receitas, a mesma fonte estima um menor crescimento mas também uma diminuição do «empenho em melhorar a eficiência da máquina fiscal», levando a dificuldades adicionais a nível orçamental.