A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) detectou salários em atraso ou em falta no valor de quase 9,9 milhões de euros, um montante que já ultrapassa em dois milhões de euros os valores de todo o ano passado.

Estas dívidas foram apuradas na sequência da visita dos inspectores a 19 mil empresas, entre Janeiro e 15 de Novembro deste ano, e afectam perto de 16 mil trabalhadores.

Aos 9,9 milhões de euros de salários em atraso ou em falta, acrescem ainda dívidas de 2,8 milhões de euros que não entraram nos cofres da Segurança Social, porque os trabalhadores estavam sub-declarados ou simplesmente porque a empresa não fazia os respectivos descontos, alertou Paulo Morgado de Carvalho, à margem do Congresso sobre Direito do Trabalho, em Lisboa.

Além dos trabalhadores com salários em atraso, a ganhar abaixo do mínimo definido para a sua categoria ou que não tinham descontos para a Segurança Social, a ACT detectou também falsos recibos verdes e contratos irregulares. Ao longo deste ano, as empresas foram obrigadas a regularizar a situação de 4.861 trabalhadores que estavam nessas condições.