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Rui Horta e Costa suspeito de corrupção activa

O ex-administrador financeiro da EDP foi constituído arguido na Operação Marquês, tendo-lhe sido aplicada como medida de coacção o termo de identidade e residência.

08 de Fevereiro de 2017 às 16:21
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Rui Horta e Costa é suspeito de "corrupção activa, fraude fiscal, branqueamento e abuso confiança", pelo que foi constituído arguido no âmbito da Operação Marquês, confirmou ao Negócios fonte da Procuradoria-Geral da República.

"Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, confirma-se que Rui Horta e Costa foi constituído arguido no âmbito da designada Operação Marquês", diz a nota da PGR, enviada ao Negócios, acrescentando que Rui Horta e Costa ficou "
sujeito à medida de coacção de termo de identidade e residência".

A confirmação surge depois de Rui Horta e Costa ter comunicado a sua renúncia ao cargo de administrador não executivo dos CTT, tendo, ainda, revelado indisponibilidade para renovar a função para o próximo mandato. O anúncio foi feito esta quarta-feira, 8 de Fevereiro, em comunicado dos CTT

Horta e Costa "comunicou hoje a esta sociedade a sua renúncia ao cargo de administrador não executivo dos CTT, assim como a sua indisponibilidade para o exercício de idênticas funções no mandato 2017-2019, por motivos pessoais supervenientes à divulgação ontem efectuada das Recomendações da Comissão de Governo Societário, Avaliação e Nomeações do Conselho de Administração dos CTT".

A comunicação da renúncia foi feita esta manhã, também depois do Correio da Manhã ter noticiado que Rui Horta e Costa se tornara o mais recente arguido na Operação Marquês. 

Horta e Costa, cuja ligação ao caso decorre de ter sido administrador do resort Vale do Lobo, no Algarve, será suspeito de, com Diogo Gaspar Ferreira, ter "promovido o pagamento ilícito de dois milhões de euros" a Armando Vara e a Carlos Santos Silva, escreve o jornal.

O gestor agora arguido trabalhava antes na UBS em Londres e foi desafiado, conta o CM, por Gaspar Ferreira a participar no negócio onde também estava o irmão (Luís Horta e Costa), Helder Bataglia e Pedro Ferreira Neto. 

Horta e Costa terá entrado com 1,2 milhões de euros dos 6 milhões colocados por todos os investidores no capital social da VDL, SA (grupo empresarial Vale do Lobo), em que a CGD tinha a maior fatia (25%, através de um contributo de 30 milhões de euros para capitais próprios). 

O valor fará parte de uma parcela não declarada da venda de um lote de terreno no complexo turístico ao holandês Sander van Gelder, que terá funcionado como contrapartida do negócio. A alienação foi escriturada por 4.385 milhões de euros mas terá tido um "pagamento por fora" de dois milhões, valor que terá beneficiado Sócrates de Vara.

O jornal refere que a investigação da Operação Marquês, no que à questão de Vale do Lobo diz respeito, está praticamente concluída. A investigação acredita que José Sócrates seria o destinatário final das verbas que chegaram a Santos Silva.

(Notícia actualizada com a informação divulgada esta manhã)

 

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