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Resgate. Ajuda. Ou linha de acompanhamento? Qual a melhor forma de definir as ajudas do FEEF?

Itália e Espanha não colocam de parte a hipótese de recorrer aos fundos de resgate do euro. Mas recusam chamar-lhe resgate. Preferem linha de financiamento ou de acompanhamento. E garantem que a intervenção, a ocorrer, será diferente da registada em Portugal, Irlanda e Grécia. Será?

Resgate. Ajuda. Ou linha de acompanhamento? Qual a melhor forma de definir as ajudas do FEEF?
02 de Agosto de 2012 às 20:14
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Mais de dois anos passados desde o primeiro resgate à Grécia, é agora a vez de Espanha e Itália estarem no olho do furacão. Não se descarta a hipótese dos dois países necessitarem de recorrer aos fundos de resgate do euro (FEEF e MEE). Monti e Rajoy não negam essa possibilidade mas evitam falar sobre o assunto.

Os dois países, em especial a Espanha, aguardavam que Mario Draghi afastasse, hoje, a possibilidade de um pedido de ajuda através da compra de dívida. Porém, o presidente do BCE esclareceu que os países têm primeiro de pedir ajuda aos fundos europeus e cumprir as "condições necessárias" para que o banco central possa intervir na dívida desse país. Resultado: as bolsas de Madrid e Milão caíram mais de 5% e os juros da dívida voltaram a subir.

Monti, que esteve esta tarde reunido com Rajoy em Madrid, afirmou que "não sabe" se Itália vai pedir ajuda nos mercados para controlar a tensão que se vive nos mercados. Rajoy preferiu não falar sobre o assunto.

Monti fez apenas questão de sublinhar que resgate refere-se apenas às intervenções ocorridas em Portugal, Irlanda e Grécia. Caso Espanha e Itália venham a recorrer ao FEEF, estaremos a falar de "ajudas ou medidas de acompanhamento", frisou Monti.

Já Espanha recusou-se sempre a chamar resgate à ajuda de 100 mil milhões de euros para o sector financeiro. Preferindo usar a expressão "linha de financiamento".

As intervenções na Grécia, Irlanda e Portugal ocorreram antes da Cimeira Europeia de Junho passado, que determinou uma flexibilização do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). Aqui poderá residir a diferença entre os resgates a Portugal, Grécia e Irlanda e de possíveis "medidas de acompanhamento" a Espanha e Itália.

Neste encontro foi lançada a possibilidade do FEEF e do MEE poderem comprar dívida pública nos mercados secundário e primário - algo que não era possível quando Portugal, Grécia e Irlanda recorreram à ajuda internacional.

Esta medida permitiria diminuir as tensões nos mercados e baixar os elevados juros da dívida pública espanhola e italiana. No entanto, apesar de já ter passado mais de um mês desde a Cimeira Europeia, é impossível prever quando estará operacional e vários líderes europeus têm, nas últimas semanas, apelado à sua rápida aplicação.

Na cimeira ficou ainda decidido que MEE pode entrar directamente no capital dos bancos que necessitarem de recapitalização – o que permite, no caso de Espanha, que não tenha de ser o Estado espanhol a aumentar a sua própria dívida para salvar o seu sistema financeiro.
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