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Rendimento das famílias cresce, mas poupança continua a afundar

O rendimento das famílias portuguesas cresce há quatro trimestre consecutivos, mas isso não está a impedir a poupança de renovar mínimos históricos. No último trimestre de 2015, voltou a cair. Desta vez, para 4,2% do rendimento disponível.

24 de Março de 2016 às 12:06
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O valor é o mais baixo desde que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a compilar estes dados, em 1999. Os últimos dois trimestres já tinham representado mínimos da série - com 4,8% e 4,4% - que voltam agora a renovar-se.

 

O que está a provocar esta descida expressiva da poupança? Por vezes, este movimento pode ser interpretado como um reflexo de uma quebra dos rendimentos, o que obriga as famílias a poupar menos dinheiro todos os meses. Não é esse caso. O rendimento disponível das famílias está a crescer há quatro trimestres consecutivos, o que não está a impedir a poupança de afundar em nove dos últimos dez trimestres (ambos medidos pela soma dos últimos 12 meses).

 

Na realidade, estamos a assistir a uma aceleração do consumo dos portugueses que o está a fazer crescer a um ritmo mais rápido do que os rendimentos. Isto é, temos mais dinheiro na carteira, mas também estamos a gastar mais. O consumo final das famílias está a avançar ininterruptamente desde o terceiro trimestre de 2013.

 

"No quarto trimestre de 2015, a despesa de consumo final e o rendimento disponível aumentaram 0,7% e 0,5%, respectivamente (variações de 0,8% e 0,3% no trimestre anterior, pela mesma ordem). O aumento do rendimento disponível deveu-se sobretudo ao acréscimo das remunerações (variação de 0,5%)", pode ler-se na publicação do INE.

 

Em 2014, a poupança já tinha terminado o ano abaixo do valor do final de 2013. Nesse período, a diminuição foi de 7,8% do rendimento disponível para 5,8%. Agora, volta a cair para 4,2%.

 

Recorde-se que Portugal tinha taxas de poupança relativamente altas no final da década de 90 e início dos 00. Contudo, a partir de 2005, começou a assistir-se a um arrefecimento até a um mínimo de 5,3% no segundo trimestre de 2008, pouco antes da falência do Lehman Brothers e da implosão da maior crise financeira desde a Grande Depressão. Nos dois anos seguintes assistiríamos a uma recuperação, que voltou a colocar a poupança nos dois dígitos. Daí para a frente, este indicador voltou a entrar numa trajectória descendente – como uma recuperação pelo meio – que atinge agora o valor mais baixo de sempre.


(Notícia actualizada às 12h35)
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