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"Teria sido desejável se tivessem empurrado a Grécia para fora do euro há três anos"

Muita "agonia" teria sido evitada se a Grécia tivesse saído do euro antes de ser resgatada, em 2010, na opinião do analista conhecido como "Senhor Pessimista". "O público tem sido alvo de uma lavagem cerebral", acrescenta, referindo-se a receios sobre a saída do euro.

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“Teria sido desejável se os países do euro tivessem empurrado a Grécia para fora do euro há três anos”, considera o “guru” dos mercados Marc Faber. E porquê? “Teria poupado uma grande agonia”.

“O público tem sido alvo de uma lavagem cerebral”, declarou Faber. O “Senhor Pessimista”, como é conhecido nos mercados, afirmou hoje que se tem sido levado a pensar “que o desmembramento do euro seria um completo desastre”, indicou, hoje, o analista numa entrevista à Bloomberg Television.

Ao contrário de um “desastre”, “essa seria uma solução”, segundo o analista. “Fazer simplesmente um resgate não vai resolver o problema”, acrescentou Faber, que publica a “newsletter” sobre oportunidades de investimento “Gloom, Boom and Doom” (GBD). O resgate, segundo diz Marc Faber, tem feito com que o “problema se tornou cada vez maior”.

A saída da moeda única seria positiva tanto para a Grécia como para a Zona Euro. Nesta altura, acrescenta, o melhor seria o regresso de toda a região às suas próprias divisas, mantendo o euro como moeda internacional. “Tal como quando se viaja na América Latina – com o dólar, consegue-se pagar tudo”, cita a agência Bloomberg.

Marc Faber é um analista conhecido por ter previsto o “crash” bolsista de 1987. Em 2010, disse ao Negócios que, nos anos seguintes, se iria verificar um crescimento inexistente no mundo ocidental.

A Grécia vive agora um momento de tensão, após as eleições legislativas de domingo, que não atribuíram uma vitória eleitoral com maioria absoluta a nenhum partido.

Entretanto, depois de o partido conservador Nova Democracia, o mais votado, não ter conseguido formar um governo, foi passada a palavra ao Syriza, a Coligação da Esquerda Radical, que defende o corte dos compromissos incluídos no programa de resgate à Grécia, o que trouxe, de novo, para a discussão a possibilidade de Atenas abandonar o euro. O Syriza não conseguiu concretizar a constituição de um Executivo com um apoio parlamentar alargado e já é o Pasok, o partido eleito em 2009, que está a tentar formar um governo.

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