O primeiro ministro grego, George Papandreou, garantiu hoje estar completamente posta de parte a possibilidade de o seu país abandonar a união monetária, ainda que tenha admitido que poderá ser obrigado a pedir auxílio à comunidade internacional para evitar entrar numa situação de incumprimento da sua dívida.

“A possibilidade de a Grécia sair da Zona Euro é zero”, frisou Papandreou, após um encontro em Bruxelas com o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Segundo explicou, a Grécia não vai sair da Zona Euro “não apenas por razões legais, mas também porque demos sinais positivos de que conseguimos arrumar a nossa casa”. Ainda assim, admitiu que o seu Governo poderá ter de apelar à ajuda internacional, recaindo a sua preferência por uma “solução europeia”.

"Estamos a financiar-nos a taxas irrazoavelmente elevadas"

“Estamos a financiar-nos a taxas irrazoavelmente elevadas, acima dos 6%, e esta circunstância gera problemas éticos e económicos quando, simultaneamente, estamos a pedir cortes nos salários e a gerar poupanças que são perdidas pelas altas taxas de juro”.

“Se constatarmos que continuaremos a obter empréstimos a taxas extremamente elevadas, há outras opções e nada está excluído”, acrescentou, referindo-se a um eventual pedido de ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Contudo, precisou o primeiro-ministro grego, “é certo que preferiríamos uma solução europeia para este problema”. Seja como for, frisou, sair do euro “é uma possibilidade nula”.

Estas declarações são uma resposta ao aviso lançado hoje pela chanceler alemã. Angela Merkel admitiu que, em último recurso, um país possa ser obrigado a sair da Zona Euro se, "repetidamente, não cumprir as condições" necessárias para se manter na moeda única.

Já na semana passada, o ministro alemão das Finanças advertira para esta possibilidade. Num artigo de opinião publicado no “Financial Times”, Wolfgang Schauble escreveu que “se um país membro da Zona Euro, no limite, não conseguir consolidar as suas contas públicas ou restaurar a sua competitividade, este país, deve, como solução de último recurso, sair da Zona Euro, embora mantendo-se como membro da União Europeia”.