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PSD diz que sanções são "cortina de fumo"

Para o principal partido da oposição, o repto do primeiro-ministro para que todos os partidos se juntem contra as sanções não se justifica. "Não estão neste momento em causa sanções", disse Jorge Moreira da Silva. A intenção do Governo é criar uma cortina de fumo.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Junho de 2016 às 16:33
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O vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva recusou este domingo que estejam actualmente em causa sanções contra Portugal, defendendo que o tema é usado pelo PS como "cortina de fumo" para evitar o que é "verdadeiramente importante".

"O tema das sanções é um tema que acaba por surgir como uma cortina de fumo para não falar verdadeiramente do que é importante. O que neste momento é decisivo é se queremos ou não responder aos grandes desafios que Portugal tem, nomeadamente, o crescimento ou emprego", afirmou Jorge Moreira da Silva.

Após a sessão de encerramento do 21.º Congresso do PS, em que o líder socialista e primeiro-ministro, António Costa, lançou um desafio para que haja unanimidade contra a aplicação por Bruxelas de sanções por défice excessivo, o PSD sublinhou que neste momento não se justificam "bravatas com a Europa".

"Não se justificam porque não estão neste momento em causa sanções, está em causa a necessidade de corrigir rapidamente a trajectória para que Portugal comece a crescer", disse.

"Estamos perante uma falsa questão. Toda a gente sabe que não se justifica, de modo algum, haver qualquer tipo de sanção. O país conseguiu, em cinco anos, baixar o seu défice orçamental de mais de 10% para 3%", começou por dizer.

Moreira da Silva afirmou que os sociais-democratas ainda não perderam "a esperança que, no quadro parlamentar, o PS possa dar um contributo para uma mudança de estratégia" quanto ao crescimento económico e emprego, embora tenha detectado neste Congresso socialista uma "lógica de Syrização, que não ajuda nada ao desenvolvimento do país".

"Este Congresso permite constatar que o PS encostou mesmo aos partidos à sua esquerda, que existe uma preponderância por parte do BE na agenda, no discurso e até na abordagem à questão europeia", argumentou.

No seu discurso, António Costa referiu-se em tom de elogio à ação diplomática do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, contra a aplicação de sanções a Portugal, considerando-as "um absurdo", mas também "injustas, imorais e incompreensíveis".

O líder socialista pediu que, nesta matéria, haja uma consonância "entre os diferentes órgãos de soberania".

"É com muito gosto que tenho visto o senhor Presidente da República assumir em nome de todos os portugueses a defesa da dignidade do país, quer em Portugal, quer em Berlim, ou nos diferentes fóruns internacionais, batendo-se pela causa de Portugal. Acho que daríamos todos um excelente exemplo de acompanhar o Presidente da República e o presidente da Assembleia da República [Ferro Rodrigues] para que seja possível aprovar por unanimidade uma resolução contra a aplicação de sanções a Portugal", disse, recebendo uma salva de palmas dos congressistas socialistas.
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