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O Congresso do PS por temas

A maior parte das intervenções feitas no palco do Congresso centraram-se em na defesa do Estado Social, na rejeição das sanções e nas autárquicas. Porém, vários assuntos, alguns deles sensíveis para a maioria de esquerda, ficaram à porta da FIL, como as previsões económicas mais pessimistas e a banca.

Bruno Simão
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DO QUE SE FALOU...

Sanções europeias
A absoluta recusa da possibilidade de Portugal ser alvo de sanções por défice excessivo esteve presente nas principais intervenções na FIL. De Martin Schulz a António Costa, passando por Pedro Silva Pereira, todos rejeitam que esta seja sequer uma hipótese. As críticas a uma Europa pouco integrada e solidária e demasiado preocupada com sanções também foram uma constante.

Educação
Se houve alguma pasta ministerial em foco foi claramente a da Educação, tutelada por Tiago Brandão Rodrigues. A polémica em torno da revisão dos contratos de associação esteve em foco, com o PS a afirmar ser o partido que tem a escola pública na agenda.

Geringonça
A "coragem e ousadia" de BE, PCP e Verdes por se juntarem ao PS, correspondendo à expectativa demonstrada pelos eleitores nas legislativas de Outubro, foram muito elogiadas. Assim como o foi a forma como a geringonça se tem desenvencilhado. Reforçando a unidade de um partido que expiou o "pecado" da divisão interna, com Francisco Assis a ficar isolado na oposição.

Autárquicas
As autárquicas de 2017 e as eleições para o Governo dos Açores (já este ano) foram apontadas como as próximas batalhas que o PS tem de vencer. António Costa rejeitou pactos de não agressão à esquerda, garantindo candidatos próprios. Mas sinalizou o apoio a Rui Moreira no Porto:"o maior disparate que poderíamos fazer era em nome do emblema da mãozinha sacrificar" a boa governação de uma cidade.

...E DO QUE NÃO SE FALOU

Previsões pessimistas
O Governo prevê que a economia cresça este ano 1,8% mas várias instituições têm dito que a economia pode crescer menos. Um crescimento económico mais fraco pode comprometer a meta do défice, de 2,2% do PIB, numa altura em que já existem dúvidas se é possível atingir este objectivo. Se este cenário se concretizar aumentam as pressões para a aplicação de um plano B.

Banca
Existem pelos menos três dossiers sensíveis em matéria de banca, que podem afastar o PS do Bloco e do PCP. São eles a criação de um veículo para o malparado, a venda do Novo Banco e a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. O Bloco e o PCP já disseram que não aceitam que sejam os contribuintes a pagar os problemas de gestão dos bancos.

Reforma do IRS
O Governo quer fazer uma reforma do IRS. Até agora pouco se sabe dos planos do Governo, mas o objectivo passa por aumentar o número de escalões permitindo um alívio da carga fiscal para alguns contribuintes. No entanto, o Bloco de Esquerda já começou a marcar território, ao dizer que quer os rendimentos de capitais englobados no apuramento do IRS.

Desemprego e precariedade
A taxa de desemprego subiu para 12,4% no primeiro trimestre e o emprego criado no Estado é maioritariamente precário. Apesar de no Parlamento funcionar um grupo de trabalho sobre a precariedade, o assunto não foi debatido no Congresso e não se conhecem os planos do Executivo nesta matéria.
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