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Ensino privado protesta à porta do Congresso do PS

Cerca de meia centena de manifestantes protestaram à porta da FIL, onde decorre o Congresso socialista, para demonstrar "revolta" face à decisão do Governo de rever os contratos de associação com o ensino particular. "O Bloco é quem mais ordena no Governo do PS", é uma das palavras de ordem do protesto. 

Miguel Baltazar
05 de Junho de 2016 às 12:15
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O terceiro e último dia dos trabalhos do XXI Congresso Nacional do PS arrancou ao som de protestos. À porta da FIL estava meia centena de manifestantes que quiseram demonstrar a sua "revolta" em relação à decisão do Governo de não abrir novas turmas em início de ciclo em 29 dos 79 colégios privados com contrato de associação.

 

João Paulo Moinhos, representante da Associação de Professores em Escolas Particulares com Contrato de Associação, questionava o porquê de "a minha escola não poder receber gente sem recursos".

 

Acusando o Ministério da Educação liderado por Tiago Brandão Rodrigues de preconceito ideológico face ao ensino privado, sustentou que "não conheço nenhuma escola pública sem financiamento".

 

Para João Paulo Moinhos a revisão aos contratos de associação levada a cabo pelo Governo sem "diálogo" vai provocar o despedimento a partir de 1 de Setembro de "mais de mil professores e 700 funcionários" das escolas visadas pela decisão governamental de não abrir novas turmas.


"O Bloco é que mais ordena", foi uma das frases de ordem proclamada por estes manifestantes que, apresentando as mesmas reivindicações,tal  não surgiram vestidos de amarelo como acontece com o movimento Defesa da Escola Ponto, que nas últimas semanas tem feito vários protestos. Este Governo tem o "programa da extrema-esquerda" foi outra das acusações feitas ao Governo por estes profissionais ligados ao ensino particular.

 

Um dos primeiros socialistas a responder ao protesto foi o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que, citado pela Lusa, disse que "sou profundamente crítico destas tentativas destinadas a condicionar a liberdade de associação e de reunião dos diferentes partidos políticos".

 

"Sempre fui contra estas iniciativas, porque uma coisa é protestar contra o Governo e outra coisa é condicionar iniciativas partidárias", concluiu Santos Silva.

Neste protesto em que foi inclusivamente questionada a legitimidade de um Governo protagonizado por um partido que perdeu as eleições, João Paulo Moinhos acusou "a extrema-esquerda de estar bem presente nas políticas educativas" do actual Executivo, que vão decretar a "morte de projectos educativos válidos".

 

Assumindo esta divergência com o Governo como tratando-se de "uma questão pessoal", Moinhos explicou depois que é "pessoal porque se trata da vida de pessoas que vão ficar sem trabalho".

 

A certa altura do protesto, algumas dezenas de militantes socialistas colocaram-se a poucos metros e de frente para os manifestantes ripostando com gritos de "PS, PS, PS". O combate de protesto durou menos de um minuto, com os opositores à revisão dos contratos de associação a fazerem valer o empenho trazido para este último dia do Congresso do PS.


(Notícia actualizada às 12:45)

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