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Preços na produção industrial quebraram 3,5% em maio

Descidas na energia arrastaram índice de preços à saída da fábrica para uma segunda quebra, mais profunda, após mais de meio ano de desaceleração.

20 de Junho de 2023 às 12:54
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Os preços na produção industrial aprofundaram em maio a descida, com um recuo homólogo de 3,5%, que traduz sobretudo a quebra de preços no sector da energia, avança nesta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Em abril, os preços nas indústrias nacionais tinham já quebrado 0,9%, pela primeira vez em mais de dois anos após uma trajetória de desaceleração ininterrupta iniciada no início da segunda metade de 2022, assinala o INE na publicação de nova síntese económica de conjuntura.

 

Os dados detalhados do índice de preços na produção industrial, publicados em simultâneo, mostram que a evolução dos preços na produção de energia foi decisiva para a descida. O índice de preços recuou 20,8% em maio, em termos homólogos (descida de 17,9% em abril).

 

Mas também a produção de bens intermédios, para outros sectores de produção, teve um pequeno contributo, com os preços a diminuírem em maio 1,8% face a um ano antes (1,6% em abril).

 

Sem o contributo da área da energia, porém, o índice total de preços na produção industrial registaria uma subida homóloga de 2,2% em maio (4,7% em abril).

 

Já a produção de bens de consumo continua a desacelerar, mas ainda com subidas consideráveis de preços. Em maio, o índice ainda escalava 8,1% (9,9% em abril).

 

No que toca à produção de bens de investimento, como máquinas e outros equipamentos, o INE regista variação nula em maio (0,1% em abril).

 
Atividade em queda

Na síntese de indicadores de conjuntura, o INE recorda que a atividade dos sectores industriais está em queda, com uma diminuição do volume de negócios da indústria de 4,3% em abril, em termos nominais, com recuos nas vendas tanto para o mercado nacional (-5,5%) como para o mercado externo (-2,5%).Excluindo energia, a queda mantém-se em 1,7%.

 

A quebra acompanha o arrefecimento da Zona Euro e na atividade dos principais parceiros comerciais de Portugal. "O saldo das opiniões dos empresários da indústria transformadora dos principais países clientes sobre a evolução da respetiva carteira de encomendas diminuiu em abril e em maio, contrariando os aumentos registados nos dois meses anteriores", assinala o INE. Em abril, o índice de produção industrial dos principais países clientes diminuiu 1,5% face a um ano antes (taxa de 1,1% em março).

 

Nos indicadores relativos às produção nacional, a queda da atividade industrial é acompanhada de desacelerações nos serviços e na construção.

 

A atividade turística, contudo, tem suportado o crescimento da procura externa e um desempenho ainda positivos da economia. Em abril, recorda o INE, o número de dormidas aumentou 13,8% em termos homólogos. As dormidas de residentes aumentaram 7,3%, enquanto as dormidas de não residentes subiam 16,8%.

 

Já relativamente a indicadores da procura interna, os dados apontam para um comportamento pior do que o observado no primeiro trimestre no consumo privado, que contou com  o apoio das compras de bens duradouros pelas famílias.


"Em abril, verificou-se um contributo positivo menos intenso de ambas as componentes, consumo duradouro e consumo corrente", nota a síntese de conjuntura.


Ainda assim, em maio as vendas de automóveis ligeiros de passageiros registaram uma variação homóloga de 55,5%, acelerando significativamente face aos 29,5% de crescimento do mês anterior.


A desaceleração da inflação, para 4% em maio, estará entretanto a contribuir para um menor pessimismo. "O indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e maio, atingindo o valor máximo desde fevereiro de 2022, após ter registado em novembro o valor mais baixo desde o início da pandemia em abril de 2020", resume o INE.

 

 

 

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