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Powell: "Ninguém sabe quanto tempo o vírus vai durar. Achámos que era hora de atuar"
O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que é provável que a propagação do coronavírus continue e que o banco central decidiu agir de imediato, uma vez que apresenta riscos para a economia global.
O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell, disse que "o banco considerou que esta seria a hora certa para atuar", uma vez que a propagação da epidemia Covid-19 não dava sinais de abrandar e que apresentava riscos e desafios complexos para a economia global.
Numa conferência de imprensa, o líder do banco central alertou que, no entanto, "estes cortes na taxa de juro diretora dos Estados Unidos não iriam parar a propagação do vírus, mas podem dar um suporte aos ativos de maior risco a curto prazo". No entanto, Jerome Powell sublinhou que, em primeiro lugar, "esta é uma questão de saúde pública".
Nesta terça-feira, a Fed anunciou um corte surpresa de 50 pontos base na taxa de juro diretora do país para um intervalo de entre 1 e 1,25%, numa tentativa de conter o impacto que a epidemia Covid-19 está a ter na economia global. É a primeira vez que a Fed atua de emergência desde a crise financeira de 2008.
"Os efeitos do coronavírus estão num patamar ainda precoce, mas vocês estão também a ver o impacto que o vírus está a ter na vida das pessoas, com o setor das viagens, por exemplo, a ser muito prejudicado", acrescentou o líder da Fed, que assumiu o cargo a 5 de fevereiro de 2018.
Nessa altura, a taxa de juro diretora dos Estados Unidos situava-se num intervalo entre os 1,25% e 1,5% - fixada pela sua antecessora Janet Yellen -, pelo que o atual corte de 50 pontos base coloca a taxa de juro ainda ainda níveis inferiores, face a essa data.
O líder do banco central norte-americano reforçou a importância que "a política monetária pode ter em casos como este", uma vez que "pode ser uma ferramenta efetiva de suporte à economia global". "Acreditamos que esta nossa medida vai dar um importante impulso à economia".
No entanto, Jerome Powell referiu que a "economia dos Estados Unidos continua a ter um bom desempenho, com os segmentos fundamentais a permanecerem fortes" (taxa de desemprego e inflação).
Quanto a futuros cortes, Powell disse que a instituição estava preparada para "usar as ferramentas e agir de forma apropriada, dependendo do fluxo de acontecimentos".
(Notícia atualizada às 17:03)