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Passos acusa Governo de pouca transparência enquanto se concerta com BE e PCP

O líder do PSD defendeu que o Governo deve dar a conhecer desde já o cenário macroeconómico, considerando que só não o fez ainda por estar a concertar posições com o Bloco de Esquerda e o PCP. 

Pedro Passos Coelho é o 3.º Mais Poderoso 2015
Disse “não” a Ricardo Salgado e desencadeou uma ruptura histórica nos poderes do regime. O GES faliu, o BES ficou como “banco mau” e a PT voltou a ser uma pequena empresa de telecomunicações portuguesa agora nas mãos de franceses. Viu um ex-primeiro-ministro ser preso. E as sondagens apontam para o que nem Passo poderia esperar há um ano – a possibilidade de voltar a sair vencedor nas legislativas. A crise grega revelou contudo que o poder de Passos está sistematicamente ameaçado pelas tempestades do euro.
18 de Abril de 2016 às 20:32
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Questionado esta segunda-feira pela Lusa, à margem de uma palestra na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, Pedro Passos Coelho apontou que "às vezes os Governos tendem a omitir informação ou a orientar a informação que vão fornecendo" por "razões de natureza política", e sustentou que será esse o caso no que classifica como falta de transparência do executivo socialista relativamente ao cenário macroeconómico subjacente ao Programa de Estabilidade que está prestes a apresentar.

 

"Nós temos uma maioria que suporta o Governo, mas pelo menos dois dos partidos que constituem essa maioria (BE e PCP) não estão directamente no Governo, e portanto há uma necessidade de haver uma concertação do partido que está no Governo (PS) com outros partidos que apoiam o Governo. E, às vezes, enquanto essa concertação não é atingida, há determinados aspectos que o Governo não está em condições de comunicar, como é o caso por exemplo do programa de estabilidade", argumentou.

 

Para o líder do PSD e ex-primeiro-ministro, "é natural que o Governo precise de concertar isso com a sua maioria, mas quanto mais rápido for e puder comunicar com transparência, melhor para toda a gente.

 

"Nós só deveremos conhecer o programa sensivelmente daqui a uma semana ou no final desta semana, mas há varias semanas que se vem especulando, e o Governo tem contribuído para isso, sobre o cenário macroeconómico que estará subjacente a esse programa. Ora, ele é fundamental para perspectivar o desenvolvimento do país nos próximos três anos, pelo menos nos próximos três anos. Não é possível ser transparente, mobilizar as famílias, os cidadãos mas também os potenciais investidores sem se perceber qual é que é o quadro da política orçamental em que vamos funcionar nos próximos anos", sublinhou.

 

Segundo Passos Coelho, o "importante é que se mantenha uma orientação definida e que não se ande a alternar nas mensagens que se enviam para a sociedade", pois "a sociedade está preparada para ter boas notícias ou más notícias, o que precisa é de compreendê-las", e "elas não podem ser muito boas num dia porque estamos todos muito optimistas e passarem a ser muito negativas no outro porque afinal havia algumas coisas que não nos permitiam ter tanto optimismo como isso".

 

"O que acho é que o Governo não pode numas semanas dizer que não vai tomar medidas nenhumas adicionais àquelas que já tinha preparado no Orçamento do Estado para este ano, e que tem uma perspectiva de crescimento para a economia extremamente optimista e voluntarista, e depois andar, nas últimas semanas, a comunicar, através da comunicação social, um cenário pessimista ou negativo que nós não conhecemos ainda em detalhe (...) É preferível ser transparente e dizer logo ao que vamos para todos sabermos com o que é que vamos contar", reforçou.

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