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Orbán adverte que embargo a gás russo pode "arruinar todo o continente"

"O embargo de gás (russo) não seria razoável e arruinaria toda a Europa", disse o presidente ultranacionalista húngaro, acrescentando que, em vez de impor sanções, outras soluções teriam que ser encontradas, como negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse ontem que acordo está a uma distância de “centímetros”.
Bernadett Szabo/Reuters
10 de Junho de 2022 às 12:22
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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, alertou esta sexta-feira, na sua intervenção semanal na rádio pública Kossuth, que um embargo europeu ao gás russo arruinaria todo o continente.

"O embargo de gás (russo) não seria razoável e arruinaria toda a Europa", disse o presidente ultranacionalista húngaro, acrescentando que, em vez de impor sanções, outras soluções teriam que ser encontradas, como negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.

"A União Europeia (UE) está a financiar a situação de guerra", disse Orbán, acrescentando que, para conter a inflação, "a paz deve ser financiada".

"(George) Soros simboliza aqueles que querem prolongar a guerra. Eles falam em prolongar a guerra. Ele é um instigador", disse Orbán, sem dar mais detalhes, referindo-se ao magnata liberal norte-americano e filantropo de origem húngara.

O primeiro-ministro lembrou também que o embargo ao petróleo russo, decidido há alguns anos, "também começou como agora, lentamente, falando-se que deveria ser introduzido. Mas não é razoável".

"Não é apenas se a Hungria poderia fazê-lo ou não, é uma questão de toda a Europa", acrescentou o primeiro-ministro, que também salientou que "há muitos" que querem prolongar a guerra.

A Hungria não é o único país que se opõe abertamente a um embargo europeu ao gás russo, também a Alemanha e a Áustria, dois países altamente dependentes da Rússia neste domínio, recusam-se a cortar o abastecimento daquele país.

Por outro lado, Viktor Orbán defendeu o preço máximo da gasolina e do gasóleo para os consumidores húngaros, apesar das ameaças da Comissão Europeia (CE) de instaurar um processo contra o seu país por alegada prática discriminatória.

"Tento convencê-los de que são necessárias soluções extraordinárias nesta situação. O aumento da gasolina é imediatamente percetível nos preços. Pedimos que entendam que são necessárias soluções extraordinárias", disse Orbán.

Essa prática, introduzida no final de maio, pode ser considerada discriminatória, segundo Thierry Breton, comissário europeu para o Mercado Interno, numa carta endereçada ao governo húngaro esta semana.

Em novembro passado, o Executivo húngaro introduziu um preço máximo de 1,2 euros para 95 litros de gasolina e gasóleo.

Para evitar a compra de gasolina dos países vizinhos, foi estabelecido em maio que apenas os veículos com matrícula húngara podem comprar gasolina ao preço limitado, enquanto os estrangeiros devem pagar o preço de mercado, que atualmente é de 1,7 euros/litro.
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