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Gazprom vai fazer novos cortes no fornecimento de gás à França

Na quinta-feira passada, as reservas de gás da França excederam o limite de 90% de enchimento para o inverno.

Os caminhos para financiar a guerra estão a diminuir, mas os poderosos têm um guia e conhecem os trilhos.
Anatoly Maltsev/EPA
30 de Agosto de 2022 às 11:32
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A empresa russa Gazprom vai proceder a novos cortes nas suas entregas de gás à Engie devido a um desacordo sobre a execução dos contratos, anunciou esta terça-feira a principal fornecedora de gás em França.

Os fornecimentos de gás russo à Engie diminuíram consideravelmente desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, caindo recentemente para apenas 1,5 Terawatt-hora (TWh), disse a empresa francesa em comunicado, citado pela agência AFP.

Este valor deve ser visto no contexto de "fornecimentos anuais totais na Europa de mais de 400 TWh", acrescentou a Engie, na qual o Estado francês detém quase 24%.

O grupo afirmou já ter posto em prática medidas para poder fornecer os seus clientes mesmo no caso de uma interrupção nos fluxos da Gazprom.

"A Engie já tinha assegurado os volumes necessários para assegurar o abastecimento dos seus clientes e para as suas próprias necessidades", disse a empresa.

Na quinta-feira passada, as reservas de gás da França excederam o limite de 90% de enchimento para o inverno, de acordo com a plataforma do Inventário Europeu de Armazenamento de Gás Agregado (AGSI), e estão no bom caminho para cumprir a meta de 100% até novembro, segundo a AFP.

O porta-voz do Governo, Olivier Véran, confirmou hoje na rádio Franceinfo que o objectivo será alcançado "até ao fim do verão", mas avisou que isto não significa que a França terá gás suficiente para passar o inverno se os russos o cortarem e se o consumo for elevado.

No final de julho, a Engie disse ter reduzido significativamente a sua "exposição financeira e física ao gás russo", que já representava apenas cerca de 4% dos seus aprovisionamentos.

"Está completamente dentro da margem de flexibilidade das nossas carteiras, por isso não estamos nada preocupados", disse a presidente executiva da Engie, Catherine MacGregor.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia tem reagido às sanções dos países ocidentais com cortes nos fornecimentos de gás, alegando problemas técnicos ou alterações contratuais relativamente ao pagamento na moeda russa, o rublo.
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