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O dia num minuto: as bolsas e o kwanza em baixa, o BPI e a venda de carros em alta

Pânico na bolsa chinesa dita arranque de ano negro nas bolsas. Acções do Banif foram excluídas do mercado. O Brasil está a caminho da pior recessão de sempre.

Reuters
04 de Janeiro de 2016 às 20:01
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China estraga arranque do ano nas bolsas. Foi a pior primeira sessão do ano de sempre na Europa. Tudo começou com a queda de 7% da bolsa chinesa, cuja negociação foi interrompida por ter sido atingida a queda diária máxima permitida. A sangria prosseguiu nas restantes praças asiáticas e nas ocidentais. Na Europa, o índice Stoxx-600 encerrou a cair 2,5%, com Lisboa a perder 1,54%. A sessão estava a ser negativa também em Wall Street, com o índice S&P500 a desvalorizar 2,2%. As moedas dos países emergentes também sofreram. As agências estão a atribuir a turbulência desta quarta-feira a renovados receios sobre o impacto global de uma desaceleração da economia chinesa. E ainda ao aumento do risco geopolítico devido à tensão entre a Arábia Saudita e o Irão. A incerteza levou à procura por activos de refúgio, com o ouro, o iene e as obrigações de dívida pública alemã a valorizarem.

 

Oferta de Isabel dos Santos faz do BPI uma excepção. Num dia de fortes perdas nas bolsas, incluindo a de Lisboa, as acções do BPI viveram uma das melhores sessões dos últimos meses. Os títulos do banco fecharam a valorizar 6,3%, com os investidores a acolherem positivamente a proposta de Isabel dos Santos para a compra de mais 10% do BFA pela Unitel, por 140 milhões de euros. Trata-se da maior subida desde 1 de Outubro de 2015, dia em que as acções da instituição financeira valorizaram 7,94%, em reacção à proposta de cisão dos activos africanos para resolver as exigências do BCE. Solução que a empresária angolana rejeita, sugerindo aumentar para perto de 60% a posição da Unitel no BFA. Pode ler aqui o retrato do banco no centro da guerra entre Isabel dos Santos e a gestão de Fernando Ulrich.

 

Acções e dívida do Banif excluídas do mercado. A negociação de acções e títulos de dívida do Banif foi suspensa dias antes do anúncio da medida de resolução e nunca voltaram a transaccionar. Agora a CMVM veio anunciar a sua exclusão em definitivo do mercado. A medida abrange as acções do Banif, mas também as obrigações subordinadas. Já os títulos de dívida sénior, que foram transferidos para o Santander Totta, vão poder ser novamente transaccionados. O regulador pronunciou-se ainda sobre o BES, cujos títulos vão continuar suspensos, por considerar que falta ainda a divulgação de informação relevante.

 

Dívida pública aumenta, ainda sem Banif. O "stock" de dívida pública aumentou dois mil milhões de euros em Novembro para os 231,3 mil milhões de euros. O valor não conta com o impacto da recapitalização do Banif, decidida na segunda quinzena de Dezembro. Parte deste aumento financiou uma subida de depósitos das Administrações Públicas, avançou o Banco de Portugal. No final de final de Setembro o peso da dívida pública no PIB ascendeu a 130,5% do PIB (229,3 mil milhões de euros), longe da meta para o ano assumida pelo anterior executivo de 124,2% do PIB.

 

Há cinco anos que não se vendiam tantos carros. As vendas de automóveis em Portugal subiram 24% em 2015 face a 2014. No total do ano foram comercializadas 231.645 unidades, entre ligeiros de passageiros, comerciais e pesados, segundo dados provisórios divulgados esta segunda-feira, 4 de Janeiro, pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP). É o melhor ano desde 2010, quando se venderam 272.754 automóveis. A ACAP assinala que "Apesar do crescimento agora registado face ao ano anterior, o mercado em 2015 situou-se 11% abaixo da média dos últimos 15 anos".

 

Moeda angolana afunda. Entre os activos que ontem registaram uma forte desvalorização está o kwanza. A moeda angolana registou na segunda-feira uma queda de 15%, a maior desde Setembro de 2001, com o banco central  a permitir a desvalorização da divisa contra o dólar, de forma a proteger a economia dos efeitos da queda do preço do petróleo.  De acordo com a Bloomberg, o kwanza caiu 15%, para um mínimo histórico, negociando nos 158,7370 por dólar às 12:35 de Luanda. Esta queda tem lugar depois, de no ano passado, a moeda angolana ter recuado 24%, o oitavo ano consecutivo de quedas e a desvalorização mais acentuada desde 2003.

 

Troca de informações fiscais com os EUA adiada. O sistema de troca de informações com o Fisco norte-americano deveria ter entrado em vigor no início do ano, mas foi de novo adiado pelo Ministério das Finanças devido ao atraso na aprovação da regulamentação específica para o efeito. Até Março de 2016 espera-se que as Finanças publiquem a portaria que falta com instruções específicas para o sector financeiro, o que permitirá avançar com o Foreign Account Tax Compliance Act (FATCA), um acordo de troca de informações para fins fiscais que foi imposto pelos EUA ao resto do mundo em 2010.

 

Fisco será impedido de vender casas próprias penhoradas. A esquerda avançou com projectos de lei para impedir que as famílias sejam despejadas das suas casas por dívidas ao Fisco e à Segurança Social. O objectivo é que as Finanças não possam  colocar à venda as casas de habitação própria e permanente das famílias, para recuperar as dívidas fiscais. Esta última solução é defendida pelo PS. Restantes partidos pretendem impedir totalmente as penhoras.

 

Capitais pedem ao Irão e à Arábia Saudita para diminuírem tensão. À medida que cresce a tensão diplomática entre a Arábia Saudita e o Irão, várias capitais mundiais mobilizam-se para tentar evitar o recrudescer de um conflito que poderia agravar, de forma inédita, o conflito no já instável Médio Oriente. Depois dos Estados Unidos, também a Alemanha, a França e a Rússia vieram pedir calma e o retomar das relações diplomáticas entre aqueles dois países. o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, citado pela Reuters, revelou que a Alemanha vai rever a sua política de exportações de armas para a Arábia Saudita, o maior importador mundial de armamento.

 

Dinamarca impõe controlos na fronteira com a Alemanha. É um novo revés para o espírito do tratado de Shengen. O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, anunciou na segunda-feira que o controlo de identidade na fronteira com a Alemanha entrou em vigor ao meio-dia, hora local, por um período mínimo de dez dias. A chanceler alemã, Angela Merkel, foi informada previamente. O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou, citado pela Bloomberg, que Shengen "está em risco". O governo dinamarquês atribui responsabilidades à Suécia, que também introduziu controlos esta segunda-feira devido ao fluxo de migrantes e refugiados.

 

A pior recessão no Brasil em 100 anos. A economia brasileira vai contrair mais do que era esperado este ano, preparando-se para mergulhar na mais profunda recessão desde, pelo menos, 1901, antecipam os economistas consultados pela Bloomberg. Segundo os analistas, a maior economia da América Latina deverá ter contraído 3,71% no ano passado, e deverá afundar quase 3% em 2016. A inflação está nos níveis mais elevados em dez anos.

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