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O dia num minuto: a TAP privada, a romaria à Presidência e a Rolls-Royce

O Governo completou a venda da TAP, num desafio ao PS e o resto da esquerda. Foi também o dia em que as confederações patronais fizeram chegar os seus receios ao Presidente da República, em que a Caixa apresentou lucros e a Rolls-Royce afundou em bolsa.

Bruno Simão/Negócios
12 de Novembro de 2015 às 20:00
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É oficial: a TAP já é privada. O acordo de venda de 61% da TAP foi assinado na quinta-feira entre a Parpública e o consórcio Gateway Atlantic, liderado por Humberto Pedrosa e David Neeleman. A assinatura aconteceu horas depois de o Conselho de Ministros ter aprovado a minuta final do contrato, que prevê uma injecção imediata de capital de 150 milhões de euros na transportadora aérea pela Gateway Atlantic (que fica com 61% do capital), mais 120 milhões até Junho de 2016. O negócio avança, apesar da oposição do PS. O Governo justificou a decisão de avançar já com o negócio com a débil situação financeira da TAP. "A situação da TAP é de iminente colapso financeiro de tesouraria. Há o risco efectivo de aviões poderem ficar no chão", disse o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes. O PCP já deu entrada de um diploma na Assembleia para reverter o processo. O Bloco pede ao Presidente da República que trave a venda. Fernando Pinto vai manter-se à frente da companhia aérea.

Presidente ouviu confederações empresariais. Cavaco Silva iniciou na quinta-feira as audições sobre a situação política do país após a rejeição do Governo de Passos Coelho no Parlamento. Pelo Palácio de Belém passaram as confederações patronais. CIP e CCP salientaram o receio de que a concertação social seja esvaziada, tendo em conta que já parece decidido o aumento do salário mínimo para os 530 euros, sem que isso tenha sido discutido pelos parceiros sociais. António Saraiva alertou para a "tentativa de esvaziar a concertação social e o seu papel". "Não vacilaremos na defesa da competitividade económica", acrescentou o presidente da CIP. João Vieira Lopes admitiu a subida do salário mínimo, mas rejeita que sejam os partidos a decidir no Parlamento sem passar pela concertação. A CTP diz que "já há investidores a adiar investimentos" no turismo.

CAP defende governo de gestão. A Confederação dos Agricultores Portugueses foi a mais incisiva nas declarações. Após a reunião com Cavaco Silva, o presidente da CAP, João Machado, lançou duras críticas ao PS: "A soma de três perdedores não dá um vencedor." Junto do Presidente defendeu que sejam marcadas novas eleições "o mais rapidamente possível", porque um Governo socialista apoiado por Bloco e PCP não tem estabilidade. "É um truque", rematou. No âmbito da ronda de conversações com vista a uma tomada de decisão, depois da demissão do Governo, o Presidente vai receber também várias associações privadas, umas a seu pedido, outras por iniciativa das próprias. Sexta-feira serão o Fórum Para a Competitividade e a Associação das Empresas Familiares.

PS defende indigitação de António Costa. Se Cavaco Silva seguir a solução "mais normal", António Costa vai ser indigitado primeiro-ministro. É nisso que o PS acredita, sublinhou na quinta-feira Carlos César, líder da bancada socialista, à saída de uma reunião do grupo parlamentar, esta manhã. "A nossa opinião, e da maioria esmagadora dos analistas e representantes das associações económicas, é que a solução mais normal é a indicação de António Costa como primeiro-ministro", afirmou Carlos César.

Caixa lucrou 3,4 milhões. A Caixa lucrou 3,4 milhões nos primeiros nove meses do ano, uma recuperação face aos prejuízos de 232,6 milhões que teria registado há um ano sem a venda dos seguros. O banco justifica o resultado obtido com o crescimento da margem financeira, que aumentou 12,1% graças à descida do custo de financiamento. E também com o crescimento dos resultados financeiros, que atingiram 329 milhões, devido aos ganhos com a venda de dívida pública. Outra boa notícia: as imparidades de crédito baixaram 15,2% para 492 milhões. O banco vai reduzir o quadro de pessoal em mais de 400 pessoas este ano.

BBVA despede em Portugal e fica com doze agências. O BBVA vai concentrar a sua actividade em Portugal apenas no segmento de empresas, abandonando o chamado "mass market". O banco vai fechar 26 agências, ficanco apenas com 12 e despedir 187 pessoas. No total, no espaço de dois anos, o BBVA Portugal deverá fechar quase 70 agências e eliminar mais de 300 postos de trabalho. Apesar de novos cortes, o banco garante que a intenção é continuar a operar em território nacional.

Mais estímulos à vista. O presidente do Banco Central Europeu mostrou-se esta quinta-feira preocupado com o baixo nível da inflação na Zona Euro e os riscos económicos crescentes para a região. E reforçou a perspectiva de que a autoridade monetária deverá anunciar um reforço do programa de compra de activos, possivelmente já em Dezembro. Se o BCE "concluir que o nosso objectivo de estabilidade nos preços está em risco, iremos actuar utilizando todos os instrumentos disponíveis no âmbito do nosso mandato para assegurar que um nível apropriado de política monetária acomodatícia se mantém", disse Mario Draghi no Parlamento Europeu.

PSI-20 perde 7% em seis sessões. A bolsa nacional encerrou em queda pela sexta sessão consecutiva, a mais longa série de perdas desde Dezembro de 2014. O PSI-20 desvalorizou 1,2% na quinta-feira, penalizado sobretudo pela Galp Energia, que recuou quase 4,5%. O índice português perdeu 7,3% nestas seis sessões. O dia de quinta-feira foi também negativo na Europa, com o Stoxx600 a cair 1,6%. A taxa de juro implícita da dívida portuguesa somou 4,1 pontos base para 2,78%.

Portugal vai contribuir com 250 mil euros para refugiados. O encontro entre líderes europeus e africanos em Malta para discutir medidas de controlo do fluxo de refugiados e migrantes terminou com a assinatura de um acordo financeiro entre os dois continentes. O Fundo de Emergência social para África será dotado de 1,8 mil milhões de euros. Portugal contribui com 250 mil euros.

Greve geral em Atenas marcada por protestos violentos. Os sindicatos foram em tempos aliados do Syrisa e Alexis Tsipras gritava as mesmas palavras de ordem que se ouviram quinta-feira nas ruas de Atenas contra o seu Governo. A aplicação das medidas de austeridade previstas no terceiro resgate trouxeram para as ruas milhares de manifestantes naquela que é a primeira greve geral desde a chegada do Syrisa ao poder. Segundo as agências de notícias, cerca de 25 mil pessoas manifestaram-se em Atenas. A paralisação ficou marcada por episódios de violência com a polícia junto ao Parlamento.

Rolls-Royce afunda em bolsa após rever resultados. A Rolls-Royce Holdings, que fabrica motores para jactos comerciais e barcos, está a registar uma menor procura pelos seus produtos, o que obrigou a empresa britânica a emitir um comunicado a corrigir em baixa as previsões de resultados. Os lucros no próximo ano deverão afinal ficar abaixo dos 650 milhões de libras. O alerta afundou as acções da Rolls-Royce, que fecharam a perder 19,6%. "As perspectivas para 2016 são muito desafiantes", disse o CEO da Rolls-Royce, Warren East.





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