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O que fica mais caro comprar aos EUA? Milho, whisky e feijão

A Comissão Europeia quer que a tarifa agravada de 25% para mais de 100 produtos importados aos Estados Unidos entre em vigor já a partir de Julho. Da lista fazem parte matérias-primas, mas também produtos de consumo final.

Damir Sagolj
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Da lista de produtos norte-americanos que a União Europeia seleccionou para aplicar uma tarifa adicional de 25%, o milho é aquele que Portugal mais importa. Em 2017, o país comprou 18,6 milhões de euros de milho aos Estados Unidos. Em segundo lugar aparece o whisky ‘bourbon’ e depois o feijão comum.

Apesar de as compras destes bens aos EUA serem muito pouco relevantes no conjunto das importações portuguesas – em 2017 o país importou um total de 66,2 mil milhões de euros em bens e mais 14,7 mil milhões de euros em serviços – estes são os três produtos da lista que Portugal mais importa e que poderão, por isso, ficar mais caros.

Mas há mais, tanto de consumo final, como de bens intermédios na cadeia de produção. Por exemplo, a manteiga de amendoim aparece em quarto lugar mas nos primeiros lugares da lista também há roupa de cama de algodão ou barcos e iates a motor. Assim como surgem telas metálicas, chapas e tiras de ligas de alumínio, ou porcas de ferro fundido (ver lista ao lado).

Se as empresas norte-americanas não fizerem qualquer ajustamento ao preço de venda dos bens em causa devido à tarifa adicional a que ficarão sujeitos, as empresas nacionais ficam com um custo de aquisição 25% mais elevado. Assumindo que o transferem na totalidade para o cliente, este custo acrescido pesará no bolso do consumidor.

Contudo, este impacto é tudo menos linear: por um lado, as empresas dos Estados Unidos podem mudar os preços para se tornarem mais competitivas. Por outro, as próprias empresas portuguesas podem procurar alternativas no mercado, passando a comprar os bens em causa a outros fornecedores. Ou também podem absorver parte do acréscimo de custo, limitando o impacto para os clientes.

A capacidade de transferir os custos acrescidos para os preços de venda ao consumidor também depende da elasticidade da procura daqueles bens. Nos que forem mais essenciais e mais difíceis de substituir por alternativas, será mais fácil pedir um preço mais alto ao consumidor.


Maior dependência é do whisky ‘bourbon’
Outro factor importante para antever os impactos da lista nos preços destes bens em Portugal é avaliar até que ponto o país é dependente dos Estados Unidos para ir buscar aqueles produtos específicos.

O whisky ‘bourbon’ é o produto de toda a lista em que Portugal tem mais dependência dos Estados Unidos – o que é natural já que é um bem típico norte-americano. Em 2017 o país importou dois milhões de euros deste whisky aos EUA, o que representou 77,9% do total de compras deste bem ao exterior.

O segundo bem cuja dependência dos EUA como fornecedor foi maior em 2017 foi o arroz  branqueado, estufado, de grãos médios (56,3%), seguido do arroz semibranqueado, estufado, também de grãos médios (28,1%). Os barcos e iates, com motor, com mais de 7,5 metros aparecem de seguida (21,1%) e em quinto lugar está a manteiga de amendoim (18,6%).

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