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Trump avança com tarifas sobre bens chineses e avisa que qualquer retaliação terá resposta
O presidente dos Estados Unidos afirmou que o país "não pode mais tolerar a perda da sua tecnologia e propriedade intelectual através de práticas económicas injustas".
Tal como havia prometido, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou esta sexta-feira, 15 de Junho, a imposição de tarifas sobre 50 mil milhões de dólares de importações da China, colocando as duas maiores economias do mundo mais próximas de uma guerra comercial. As tarifas entram em vigor a 6 de Julho.
Num comunicado, o chefe de Estado norte-americano avisou ainda que poderão ser impostas sanções adicionais, caso a China cumpra a sua ameaça de retaliar. Isto porque o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, garantiu hoje que qualquer manobra de Washington no sentido de penalizar as exportações chinesas terá uma resposta "imediata" e que Pequim "tomará as medidas necessárias para defender os direitos e interesses legítimos".
Em causa está a imposição de uma tarifa de 25%, por parte dos Estados Unidos, sobre 1.102 categorias de produtos oriundos da China, que surge em reacção à chamada investigação da Secção 301, que acusou Pequim de roubo de propriedade intelectual dos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos não podem mais tolerar a perda da sua tecnologia e propriedade intelectual através de práticas económicas injustas", refere Trump no comunicado, citado pela Bloomberg.
No ano passado, os Estados Unidos importaram 505 mil milhões de dólares em produtos da China e exportaram cerca de 130 mil milhões, o que resultou num défice de 376 mil milhões de dólares, de acordo com os dados do governo norte-americano.
Esta diferença é frequentemente usada por Donald Trump para apontar o dedo à China, e outros parceiros comerciais, e apelar ao fim das práticas desleais.
"Estas tarifas são essenciais para prevenir mais transferências injustas de tecnologia norte-americana e propriedade intelectual para a China, o que vai proteger os empregos nos Estados Unidos", acrescenta Trump. "Além disso, serão o primeiro passo no sentido do equilíbrio da relação comercial entre os Estados Unidos e a China".
O relatório da Secção 301, revelado no final de Março, acusa a China de "transferência forçada de tecnologia", argumentando que as empresas dos EUA têm de entregar os modelos de tecnologias patenteadas e sistemas operacionais para fazer negócios naquele país.
Esta transferência faz parte das parcerias que os Estados Unidos e outros estabelecem com empresas locais da China não só para entrarem num mercado de forte crescimento como também para aproveitarem os baixos custos no sentido de melhorarem a eficiência operacional.