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O documento que revelou ao ministro da Defesa a farsa de Tancos

A Sábado teve acesso ao memorando entregue pelos ex-responsáveis da PJM ao antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa. Documento revela que entrega das armas foi uma encenação.

Foi uma das operações mais mediáticas porque estavam em causa questões de segurança de material militar e havia toda uma vertente política, que envolvia o próprio ministro da Defesa numa dimensão de responsabilidade política. O Ministério Público explicou que estavam em causa, entre outras, suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional, e meteu mãos à obra, abrindo um processo para investigar o destino dado às armas desaparecidas e contando com a coadjuvação da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, com colaboração institucional da Polícia Judiciária Militar. O caso abalou o Exército e o próprio Governo e, surpreendentemente, as armas foram recuperadas na sequência de um telefonema anónimo: apareceram em Outubro num campo aberto a 21 quilómetros de onde tinha sido furtado três meses e meio antes. Faltavam munições de 9 mm, mas estavam a mais 200 petardos, de quem ninguém tinha dado falta. Houve baixas na hierarquia do exército e os autores do furto continuam por identificar.
José Neves
10 de Outubro de 2018 às 19:28
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É um documento curto. Uma primeira folha A4 com 14 parágrafos e uma segunda página apenas com cinco linhas. Não tem qualquer timbre das Forças Armadas ou da Polícia Judiciária Militar (PJM). Dela também não consta qualquer data, carimbo ou assinatura. Mas foi na posse desse documento, onde está descrita uma versão dos acontecimentos que levaram à recuperação das armas roubadas de Tancos – e a cujo conteúdo a Sábado teve acesso –, que em Novembro de 2017 o então director da PJM, Coronel Luís Vieira e o Major Vasco Brazão se dirigiram ao gabinete do ministro da Defesa com o objectivo de o informar sobre o modo como tinham conseguido recuperar as armas de Tancos. 

Perante a ausência de Azeredo Lopes, o documento foi entregue em mão ao então chefe de gabinete do ministro, Tenente-General António Martins Pereira. E nele constam uma série de frases que indicam que a recuperação das armas, ocorrida a 18 de Outubro de 2017, na Chamusca, tinha sido montada pelos investigadores da Judiciária Militar. 

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