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Menos impostos? Agora não

Perguntas a Manuel Brandão Alves, especialista em economia regional e local

30 de Março de 2012 às 00:01
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Que instrumentos estão ao dispor das câmaras para criar emprego?

As autarquias devem estar presentes para acorrerem àqueles que estão em situação de maior necessidade, suscitando a possibilidade de criar emprego. Há coisas que podem ser feitas por qualquer município que tenha áreas florestais ou cultiváveis. A forma como esses espaços estão organizados não permitem que esses espaços sejam limpos, e o que poderia ser feito seria criar condições, equipas de sapadores que pudessem, com contribuição dos proprietários, para fazer essas limpezas. As autarquias também podem incentivar as empresas a poderem aproveitar nichos de mercado, de possibilidades de produção, que elas por si só seriam incapazes de fazer. E, depois, também podem associar-se entre si.

Parece-lhe que baixar impostos também é uma boa estratégia?

Não me parece o mais útil neste momento. É uma possibilidade, mas é mais adaptado para quando estamos em fase de expansão. Não é que não devam fazer, mas agora a questão é de poder. Começa a diminuir a actividade produtiva, pelo que diminuem as receitas fiscais. Quanto mais se diminuem as receitas, menos capacidade de intervenção se tem. As coisas têm que ser geridas de forma coordenada. Não se pode dizer de modo absoluto que a solução boa é baixar impostos. Hoje, na maioria deles, fazer isso era ficar sem receita, e sem que o emprego fosse criado.

A regionalização ajudava?

Sim. Existe uma postura irracional de não querer mexer nas regiões. Ao querer incentivar-se o intermunicipalismo admite-se que este modelo está errado.
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