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Marques Mendes: "Medina é uma boa exceção no governo: tem pensamento e obra"

No seu espaço habitual de opinião na SIC, o comentador Marques Mendes falou sobre o recente protagonismo do ministro das Finanças. E apontou que Medina, ao acabar com as cativações, está a criticar Mário Centeno e o próprio primeiro-ministro.

Rodrigo Antunes/Lusa
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 30 de Julho de 2023 às 21:30

Luís Marques Mendes considera que, nas duas últimas semanas, "Fernando Medina esteve muito ativo". Isto a propósito de "três intervenções relevantes", aponta, referindo-se às posições do ministro das Finanças manifestadas no Expresso, Público e RTP.

 

"Há quem veja neste seu protagonismo a vontade de marcar terreno para uma futura candidatura à liderança do PS. Pode ser que sim. Pode ser que não. Só o tempo o dirá", disse o comentador neste domingo, no seu espaço habitual de opinião na SIC. Para já, referiu, "o que importa é que está na boa linha e tem sido corajoso".

 

Em primeiro lugar, sublinhou o antigo líder do PSD, "Medina foi corajoso ao assumir que este é o tempo de reduzir de forma significativa o peso da dívida pública no PIB". "Medina tem toda a razão. Mas é preciso coragem para o afirmar. Este é o discurso habitual de um Governo de centro-direita. Não é o discurso normal de um Governo de centro-esquerda".

 

O Ministério das Finanças, recorde-se, está já a antecipar uma redução ainda mais significativa da dívida. "Temos vindo a reduzir de forma decisiva o peso da dívida pública no PIB. Entre 2021 e o final de 2023, este baixará de 125,4% para menos de 105%, permitindo que terminemos o ano abaixo da Espanha e da França", apontou Fernando Medina num artigo de opinião publicado há duas semanas no Expresso, após ter levantado a ideia de uma redução mais expressiva da dívida, em entrevista à Bloomberg, na mesma semana.

 

Em segundo lugar, Medina "foi corajoso ao anunciar que as cativações vão acabar. Esta decisão torna os OE mais verdadeiros e reforça a responsabilidade dos ministros setoriais. Não podem continuar a queixar-se do Ministério das Finanças. Mas é preciso coragem para o fazer", disse Marques Mendes. "É que, indiretamente, ao acabar com as cativações, Medina está a criticar Mário Centeno e o próprio primeiro-ministro. Um abusou das cativações. O outro deu-lhe cobertura".

 

Na terça-feira, 25 de julho, recorde-se, Medina revelou que próximo Orçamento do Estado não terá cativações e que os apoios a crédito à habitação serão reforçados. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças no programa "Tudo é Economia", da RTP. "Este será o primeiro Orçamento em muitos anos que não terá cativações", afirmou. "O Orçamento não terá cativações. Isto é, os ministérios terão disponíveis as verbas que estão orçamentadas", frisou.

 

Marques Mendes considerou ainda que "Medina foi assertivo ao anunciar que vão ser reforçados os apoios em relação ao crédito à habitação. Claro que os apoios são sempre insuficientes. Mas a medida de reforço é bem-vinda", indicou.

 

Em entrevista ao Público, publicada no dia 25, Medina disse que o setor da banca poderia fazer melhor na remuneração dos depósitos. No entanto, destacou que a prioridade das Finanças é trabalhar com os bancos nas medidas para mitigar a escalada das prestações do crédito, dizendo querer uma opção de taxa fixa para quem já tem créditos à habitação.

 

"Medina é uma boa exceção no governo: tem pensamento e obra", afirmou ainda o comentador da SIC, que foi presidente do PSD entre 2005 e 2007.

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