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Marcelo promete estabilidade política

O Presidente da República garantiu no Parlamento Europeu que a sua aposta é a estabilidade e a "recusa de crises políticas a somar a crises económicas e sociais".  E também "cicatrizar feridas" e "reunir consensos".

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13 de Abril de 2016 às 12:21
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Marcelo Rebelo de Sousa discursou esta quarta-feira, 13 de Abril, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e garantiu que a sua "mensagem é clara" passa por recusar "crises políticas a somar as questões económicas e sociais" e pela "procura de soluções e consensos", muito embora não seja da mesma "área doutrinária" do Governo e da maioria que o apoia no Parlamento.

 

"É essencial pacificar, desdramatizar, cicatrizar feridas, reconstruir consensos", declarou o Presidente da República perante os eurodeputados. A sua intenção, garantiu, é a "procura de convergências alargadas, reforço do sistema financeiro" e "o desejo sincero de que tenha pleno sucesso o caminho exigente de compatibilização entre rigor financeiro e preocupações sociais, assentes em crescimento pelo dinamismo do mercado interno".

 

Marcelo passou em revista os últimos anos da vida do país e da intervenção da troika e assegurou que Portugal "quer continuar a garantir os equilíbrios financeiros, procurando, ao mesmo tempo, começar a compensar sectores sociais mais sacrificados no passado recente e acreditando que, além do investimento privado e das exportações, também o consumo das famílias pode criar crescimento e emprego".

 

Este é, assumiu, um "caminho diverso, em parte, do anterior", mas "conduzido por um Governo também europeísta, respeitador dos compromissos internacionalmente assumidos", afirmou, lembrando o momento político que o país atravessa, com um Governo pela primeira vez apoiado à esquerda no Parlamento, "não só por uma das duas principais famílias políticas europeias, mas também por partidos de outra relevante família europeia, que, até agora, tinham estado fora da área do poder executivo constitucional em Portugal".

 

"Como Presidente da República Portuguesa orgulho-me de estar aqui hoje perante esta Assembleia e poder dizer: a Europa não faltou no auxílio a Portugal e Portugal honrou os seus compromissos, saindo de forma limpa do Programa de Ajustamento", declarou Marcelo.

 

"Somos europeus, seremos sempre europeus"

 

O chefe de Estado começou a sua intervenção em francês, disse uma frase em alemão, e terminou em inglês, de forma simbólica afirmando que "somos europeus, seremos sempre europeus". O grosso do discurso foi em português e centrou-se na importância da Europa e do seu papel no actual contexto político, com os desafios levantados, não só pelas questões financeiras, mas sobretudo políticas, como os atentados terroristas ou a crise dos refugiados.

 

Dizendo-se um "europeísta incorrigível", Marcelo afirmou que "a reflexão sobre o futuro da União deve dar nova vida a um modelo que permitiu à Europa viver um período de paz e prosperidade antes desconhecido na sua História milenar". Por isso, sublinhou, há que afastar "comportamentos xenófobos", combater "nacionalismos exacerbados" e rejeitar "chauvinismos estéreis".

 

"A Europa com que sonho quer manter-se unida e solidária, interna e externamente, atenta a possíveis chegadas, desejando que não haja partidas. Buscando sempre soluções conjuntas para os efeitos sociais das guerras em zonas vizinhas, nomeadamente no caso dos refugiados, a exigirem que as questões de fundo não sejam esquecidas, sob a premência de meros acordos de curto prazo, que se espera não se revelem questionáveis ou insuficientes", afirmou Marcelo perante os eurodeputados.  

 

(Notícia actualizada às 12:30 com mais informação) 

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