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Lula da Silva: "O FMI não resolve o problema de Portugal"

"O FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil, como não resolveu outros problemas", disse o ex-presidente do Brasil.

29 de Março de 2011 às 08:21
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O ex-presidente brasileiro Lula da Silva afirmou ontem que "o FMI [Fundo Monetário Internacional] não resolve o problema de Portugal", considerando que, "se quiser, a Europa vai encontrar soluções" para os problemas do país.

"O FMI não resolve o problema de Portugal, como não resolveu o problema do Brasil, como não resolveu outros problemas. Toda a vez que o FMI tentou cuidar das dívidas dos países, o FMI criou mais problemas para os países do que soluções", afirmou o ex-presidente do Brasil.

À margem de um jantar informal com o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, que decorreu ontem à noite em Lisboa, Lula da Silva disse ainda que "a Europa é muito grande" e que, "se a Europa quiser, vai encontrar soluções para Portugal, para a Grécia, para Espanha".

Questionado sobre se o Brasil vai ou não comprar dívida portuguesa, o ex-presidente do Brasil remeteu essa questão para a actual presidente brasileira, Dilma Rousseff, que chega terça-feira a Lisboa, mas deixou um recado: "Eu acho que tudo o que devêssemos fazer para ajudar Portugal deveríamos fazer. Acho que Portugal merece essa compreensão do Brasil", afirmou.

No entanto, para Lula da Silva "é importante que [o primeiro-ministro, José] Sócrates e Cavaco Silva, Presidente da República, conversem com a presidente do Brasil para ver o que é possível fazer".

Em relação à crise política com que Portugal se debate, o ex-presidente brasileiro disse acreditar que "o povo português terá sabedoria suficiente para resolver o problema da crise política".

"É importante que as pessoas tenham maturidade para compreender as razões da crise económica, detectar correctamente quem é o causador desta crise e sabemos que a atitude mais correcta é todo o mundo assumir as responsabilidades para encontrar uma solução para a crise", afirmou Lula da Silva.

Por sua vez, o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, escusou-se a comentar "os assuntos domésticos" de Portugal, afirmando apenas que "os problemas de Portugal resolvem-se com a confiança dos mercados", sublinhando que essa é "a única ajuda de que Portugal precisa" e que é nisso que o país está a trabalhar.

José Sócrates destacou ainda "a excelente relação" de Lula da Silva e do Brasil com Portugal: "O presidente Lula foi um grande amigo do nosso país, que se empenhou desde sempre, desde que iniciou as suas funções [de presidente] em estreitar as relações não apenas políticas, culturais e históricas mas também económicas entre Portugal e o Brasil", afirmou Sócrates.

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