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Luis Amado apela à estabilidade política para Portugal sair “do buraco em que estamos”
Presidente do conselho de administração do Banif considera que a estabilidade política é condição essencial para que Portugal possa sair “do buraco” em que está.
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Luís Amado, presidente do conselho de administração do Banif, considera que a conjugação de austeridade, crescimento e reformas estruturais poderia ter sido “feita com mais eficácia” para “gerar expectativas sociais e políticas mais favoráveis à sustentação deste processo” de ajustamento.
“Independentemente disso, é indispensável que nos concentremos no cumprimento de um programa de ajustamento e mantenhamos uma linha de confiança com os nossos interlocutores, que são os nossos credores” afirmou Luís Amado na sua intervenção no encerramento da conferência “CFO 2013”, em Lisboa.
Desta forma, o ex-ministro socialista acredita que é “preciso estabilidade política e estabilidade social”. É que “sem estabilidade política no curto prazo e médio longo prazo - o que significa não apenas um Governo e uma maioria responsáveis mas também uma oposição responsável que dê sinais claros de garantia de compromisso relativamente aos contratos e às exigências que os mercados nos impõem - será difícil sairmos do buraco em que estamos”.
Assim, para o País sair da situação em que se encontra é preciso estabilidade governativa, pelo que Amado aponta que “a maioria tem aqui uma responsabilidade”, isto porque “foi mandatada (…) para governar e para resolver os problemas do País e, designadamente, para cumprir o programa de ajustamento”.
“A coesão do Governo é a primeira condição para a coesão política e para haver coesão social. As tensões sociais, como o desemprego, os níveis de pobreza, a emigração que se está a verificar (…) não são geríveis num ambiente de falta de coesão política e, muito menos, de falta de coesão do Governo”.
E por isso, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiro vai mais longe e sublinha que “é muito difícil pedir estabilidade social (…) se dentro da maioria que tem a responsabilidade de governar, as tensões são indisfarçáveis”.
Em jeito de conclusão, Luís Amado mostrou-se confiante que, se Portugal chegar ao fim de 2013 com “o essencial do programa de reajustamento cumprido” - independente de alguns dos indicadores não terem sido atingidos mas não por falta de empenho nas medidas necessárias para os cumprir - “nós podemos perspectivar um horizonte de clarificação relativamente ao futuro do euro para 2014”.