Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Juros no Brasil sobem para 17,75%

O Comité de Política Monetária (Copom), entidade do Banco Central que cuida da política monetária da maior economia da América do Sul, decidiu-se, ontem, tal como era esperado pelo mercado, por uma subida de 0,50 pontos percentuais na principal taxa de ju

16 de Dezembro de 2004 às 10:14
  • ...

O Comité de Política Monetária (Copom), entidade do Banco Central que cuida da política monetária da maior economia da América do Sul, decidiu-se, ontem, tal como era esperado pelo mercado, por uma subida de 0,50 pontos percentuais na principal taxa de juro, para os 17,75% ao ano. O real reagiu a avançar 1,36% face ao dólar nos mercados asiáticos – a maior desvalorização sentida pela moeda norte-americana face às 16 principais divisas mundiais – valendo agora 0,37 dólares e 0,27 euros.

De Setembro a Dezembro, a taxa já subiu 1,75 pontos percentuais, depois de ter-se mantido quatro meses estável.

A decisão do Copom foi unânime e não foi colocado qualquer «viés» à taxa – não se prevê que ela seja alterada antes da próxima reunião mensal de Janeiro, prevista para 19 de Janeiro.

O aperto monetário ficou dentro das expectativas dos analistas que consideravam que os patamares de inflação esperada para 2005 estavam ainda acima da meta dos 5,1% estipulados pelo Banco Central.

Apesar disso, recentemente, alguns dados poderiam indicar outra decisão, uma vez que o dólar continua a cair face ao real, o que está a prejudicar o sector exportador brasileiro. Uma política monetária mais suave poderia atenuar essa queda, consideram alguns analistas.

Todavia, os analistas acreditam que o BC teve que ignorar esses dados recentes para não contrariar uma expectativa de subida dos juros já consolidada no mercado.

O comunicado da decisão indicia que poderá haver novos aumentos de juros no próximo ano. A maioria dos analistas esperava que este aperto parasse este ano.

Classe empresarial critica

Em reacção ao anúncio do BC, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) ainda não entendeu os motivos que, por mais uma vez, levaram o Copom a aumentar a taxa de juros.

«Apesar do superávit comercial ter parado de crescer em Outubro, a produção industrial medida pelo IBGE ter-se estabilizado, apresentando leves decréscimos apenas nos meses de Setembro e Outubro, e de vários sectores, com excepção dos exportadores, estarem operando com capacidade ociosa, o Copom ainda prefere ser orientado pela expectativa média captada junto aos agentes do mercado financeiro», salienta, em comunicado, a associação empresarial brasileira.

Assim, Paulo Skaf, presidente da Fiesp salienta que «tão certo quanto dois e dois são quatro, das reuniões do Copom pode-se esperar sempre o mesmo resultado: alta da taxa de juros».

«Quando existe corrida para o dólar, sobem os juros, quando tem valorização cambial e moeda norte-americana sobrando, aumenta-se a taxa de juros também. Isto mais parece um jogo sem riscos... Mas, só para o sistema financeiro», comenta Skaf.

*Correspondente em São Paulo

Outras Notícias
Publicidade
C•Studio