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Jerónimo de Sousa: Governo subestimou os riscos de incêndios
Em entrevista à Antena 1, o líder do PCP afirma que há uma responsabilidade que tem de ser assumida e que a questão agora está em saber se vão ou não ser encontradas medidas para evitar que se repita a tragédia dos fogos.
"O Governo não ficou bem na fotografia" e "talvez tenha subestimado os riscos que continuavam a existir em relação à possibilidade real de acontecer outra tragédia" depois dos grandes incêndios de Pedrógão Grande, em Junho deste ano. "Essa responsabilidade tem de ser assumida." Numa entrevista à Antena 1, Jerónimo de Sousa não poupa nas críticas ao Governo e diz não estar satisfeito com as respostas que recebeu de António Costa no debate quinzenal desta semana.
O Governo, admite, "tentou no debate quinzenal quinta-feira assumir essa responsabilidade", mas para Jerónimo não é claro que o tenha conseguido. "A questão está em saber se vão ser encontradas medidas para evitar dramas desta natureza", afirma.
Desde logo, a existência, ou não, de fundos para a floresta. Jerónimo sublinha que "tivemos um excedente de cinco mil milhões de euros que o Governo vai ser tentado a atirar para o poço sem fundo dos juros e da dívida". Por outro lado, acrescenta, "em relação ao défice, o Governo foi mais longe do que as imposições da UE. Algum economista me explique porque tem de ser 1% e não 1,2%. Seriam mais 400 milhões", verbas que, entende, poderiam ser desviadas para a reforma das florestas e resposta aos incêndios.
Já perante a possibilidade de recuar em algumas medidas, como o aumento de pensões, em nome da reforma das florestas, Jerónimo é peremptório: "Somos claramente contra essa dicotomia."
Ainda sobre a reforma das florestas, o líder comunista afirma que o PCP mantém a intenção de não avançar com o banco de terras, que foi chumbado no Parlamento, mas assunto ao qual o Governo prometeu voltar dentro de um ano.
O tema da entrevista é também a proposta de Orçamento do Estado para 2018 e Jerónimo de Sousa afirmou que tem a garantia do Governo de que, na especialidade, avançará um aumento da derrama estadual para as empresas com grandes lucros e que o fim de 10% no corte do subsídio de desemprego está também garantido.